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Câmaras contra aumento do preço da água

2009-12-16

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A Águas do Zêzere e Côa quer aumentar o preço da água no próximo ano. Mas a maioria dos municípios é contra.

O assunto foi objecto de análise na terça-feira, 15 (dia de fecho da edição). Mas à partida, a maioria dos municípios que integram a Águas do Zêzere e Côa (AZC) levavam para a reunião realizada na sede da empresa, na Guarda, a firme intenção de se oporem ao aumento do preço da água no próximo ano. Isso mesmo revelaram na passada semana após outro encontro realizado na Câmara de Belmonte.

Na assembleia-geral da AZC, que decorreu na terça-feira, foram discutidos os tarifários para o próximo ano que nalguns concelhos podem duplicar, disse fonte autárquica à Lusa. Onze dos 16 municípios que são servidos e detêm a minoria do capital da Águas do Zêzere e Côa (a maioria pertence à Águas de Portugal) trocaram ideias numa reunião de trabalho em Belmonte. "Não podemos aceitar que as tarifas subam e levem alguns municípios à ruptura financeira, elas têm é que baixar", resume Amândio Melo, o autarca anfitrião, no final do encontro. Caso haja "uma posição radical por parte da administração central em relação a esses aumentos, nós temos que ter uma atitude de oposição clara", destaca. "Havia municípios que tinham na água uma fonte de receitas e passaram a ter um custo enorme", refere, apontando que as tarifas actuais, "a uma média de 1,20 euro por cada metro cúbico de água fornecido", já são "muito altas para o serviço prestado".

Por outro lado, a factura não pode passar para consumidores, refere, dado que a região "é reconhecidamente deprimida e as necessidades básicas da população têm que ser garantidas". O autarca sugere "maior contenção de custos" e "maior preocupação com investimentos" por parte da AZC e a um nível mais amplo defende que haja "coesão nacional". "Tem que haver um contributo do País", como seja, com uma "tarifa única" sustentável, adianta. "Não podemos ser penalizados por estar nesta região", cujas características, nomeadamente quanto à dispersão e menor população, "tornam as obras mais caras", sublinha.

Amândio Melo reconhece que a falta de população no sistema da AZC é um obstáculo à sustentabilidade pelo facto de o município mais populoso, a Covilhã (52 101 habitantes), não ter aderido. "Mas foi o Estado que deixou que assim fosse, comprometeu o sistema em termos de gestão e naturalmente que não podem ser os municípios que ficaram a suportar todos estes custos. É preciso reavaliar tudo isto", diz Amândio Melo.

A AZC é uma das concessionárias de sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento espalhadas pelo país e nasceu em Julho de 2000. Abrange os concelhos de Aguiar da Beira, Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Penamacor, Seia, Sabugal e Oliveira do Hospital.



Autor
Notícias da Covilhã

Categoria
Local Região

Palavras-Chave
água / AZC / Zêzere / Águas / municípios / Côa / preço / Belmonte / Melo / Amândio

Entidades
Amândio Melo / Lusa / Águas do Zêzere / Côa / AZC

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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