À caça de médicos

2010-08-25

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Aberto concurso para captar médicos na Cova da Beira.

A Administração Regional de Saúde do Centro abriu na passada segunda-feira, em concurso público, um processo de recrutamento de médicos, com a especialidade de medicina geral e familiar, para o Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira. Ao todo, estão ao dispor quatro postos de trabalho para esta zona do País, embora, no geral, para vários locais da zona Centro, estejam abertas 24 vagas.

Num momento em que no ACES Cova da Beira são vários os médicos que estão a caminho da reforma, esta medida é vista pelo director executivo do ACES, Manuel Geraldes, como uma "oportunidade para minimizar a falta de médicos".

Recorde-se que em Julho do director do Hospital do Fundão deixou o alerta: em breve, no concelho do Fundão, "as pessoas não vão ter, de facto, direito à sua consulta." Porque não há médicos, dizia Carlos Casteleiro. A situação é preocupante em toda a Cova da Beira, com contornos mais alarmantes no Fundão, onde até ao final do ano o Centro de Saúde ficará a funcionar com menos 40 por cento dos médicos do que é suposto, em virtude da aposentação de oito clínicos.

Nos centros de saúde da Cova da Beira estão inscritos cem mil 948 utentes (8 mil 771 em Belmonte, 60 mil 235 na Covilhã e 31 mil 942 no Fundão). Para esta quantidade de utentes está estipulado que no Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira estejam afectos 71 médicos de família e 84 enfermeiros.

Em 2009 o número de médicos de família cifrava-se nos 60 (34 na Covilhã, 21 no Fundão e 5 em Belmonte). Em Janeiro deste ano já eram apenas 54 (30 na Covilhã, 19 no Fundão e 5 em Belmonte) e prevê-se que no final de 2010, com os clínicos que entretanto pediram a aposentação e os que se prevê que venham a fazê-lo, ficarão 45 (27 na Covilhã, 13 no Fundão e 5 em Belmonte.

A verdade é que, segundo a Ordem dos Médicos, em vários hospitais, sobretudo no Interior, muitos dos concursos nem sequer têm candidatos.