Na A23, para residentes e empresários. Mas Governo rejeita.
O Governo não vai recuar na intenção de colocar portagens nas auto-estradas da região. Foi esta a mensagem transmitida pelo secretário de Estado das Obras Públicas e Transportes, Paulo Campos, ao presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, com quem reuniu na quinta-feira da semana passada.
Carlos Pinto diz ter pedido ao governante, considerando as características do território e as previsíveis consequências da medida, uma zona de livre circulação para residentes e empresas entre a Guarda e Castelo Branco, rejeitada por Paulo Campos.
O presidente da Câmara da Covilhã conta ter depois sugerido uma zona sem portagens na Nomenclatura de Unidade Territorial (NUT) da Cova da Beira, que agrega os municípios de Belmonte, Covilhã e Fundão. Uma proposta que o autarca considera com "lógica, razoabilidade", até porque alega ser um caso único no País uma NUT ser toda atravessada pela mesma auto-estrada. Mas Paulo Campos não acedeu, respondendo que depois outras zonas do País iriam reclamar o mesmo.
Para analisar ficou o pedido de que o pórtico que é suposto ficar situado nas imediações da área de serviço do Fundão seja colocado só após a saída Fundão Norte, de acesso à zona industrial da cidade. No caso da Covilhã, depois de vistas as localizações das zonas de pagamento electrónico, o presidente da edilidade frisa ter conseguido que se circule entre ambas gratuitamente. "Consegui que as duas entradas na Covilhã tenham os pórticos antes", sublinhou.
"Aquilo que procurei foi alertar para as consequências nefastas para a economia local e regional", refere Carlos Pinto. "O secretário de Estado respondeu dizendo que a decisão é irreversível", transmite o autarca.
Dez viagens até às extremidades da A23
A única contrapartida são as isenções, durante algum tempo, de dez viagens mensais por veículo em toda a extensão de cada via. No caso da A23, os residentes terão de adquirir o dispositivo electrónico e podem fazer sem pagar dez viagens por mês, que contam independentemente de saírem no Fundão, em Torres Novas ou na Guarda.
"O que encontrei foi uma total indisponibilidade do Governo", sublinha Carlos Pinto, que diz ter levado para o encontro o estudo elaborado pelo grupo "Empresários Pela Sobrevivência do Interior". "O Governo não tem dinheiro para pagar a factura das SCUTS", nota o edil.
De acordo com o estudo feito pelos empresários da região, com a introdução de portagens na A25 e A23 , 60 por cento das empresas admite despedimentos, outras 60 por cento admite desinvestimento, 70 por cento vai aumentar o custo do produto final, mais de metade tem distribuição própria ou vende para as áreas de Lisboa e Porto, para onde tem de se deslocar pela A25 ou A23 e 11 por cento das firmas localizadas ao longo dos municípios atravessados por estas vias encara a possibilidade de encerrar.
Carlos Pinto critica a introdução de portagens, prevista até 15 de Abril, de rompante, "sem um gradualismo", e alerta para as características particulares da A23, com muitos nós, que funciona como "uma radial, uma circunvalação". "Tudo o que será feito de manifestação de desagrado terá o meu apoio".
(Notícia completa na edição papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Categoria
Secções
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Actualidade
Palavras-Chave
Pinto / Covilhã / Carlos / Fundão / Paulo / Campos / Guarda / Governo / Castelo / Branco
Entidades
Carlos Pinto / Paulo Campos / SCUTS / Pinto / Nomenclatura de Unidade Territorial
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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