Não haja ilusões. Para Portugal cumprir com a Europa, FMI e Troika, os mais pequenos é que vão pagar.
Mudança de nomes, de partidos, de primeiro-ministro, mas o País está na mesma… como a lesma. Como se costuma dizer. Parado. Não anda nem desanda. E vai-se afundando aos poucos. Esperemos que não seja mesmo como o Titanic…
Após a entrada de Passos Coelho para liderar os destinos do País, a verdade é que já se nota que entre gregos e troianos… venha o diabo e escolha. Se, logo no início, Passos tomou algumas medidas que vieram cair no goto dos analistas e da população, em geral, como por exemplo, a nomeação de ministros muitos mais técnicos que políticos, a maioria independentes, e que percebem da "coisa" que vão tratar (desde as finanças à economia, por exemplo, as pastas mais importantes neste momento), logo depois começou a borrar a pintura com medidas mais populistas, de show-off que lhe começaram a tirar algum crédito. Desde o episódio da viagem a Bruxelas em classe económica à exoneração dos governadores civis, dando a ilusão que o Governo também vai ser um exemplo de poupança. O que não será verdade.
Alguém perguntou a Passos se ficou alojado, em Bruxelas, numa pensão ou num hotel 5 estrelas, com todas as mordomias inerentes? E se, após acabar com os governos civis não irá criar uma figura (fala-se em secretários regionais) que irá substituir esse cargo, e, na prática, dar ao mesmo? É verdade que este novo Governo é até mais curto que o anterior (tem menos oito elementos), mas tachinhos, por assim dizer, haverá sempre. Senão, não se nomearia para assessores (como já aconteceu) ex-generais e afins, com boas reformas… E mais, Passos já deixou de lado algumas promessas, porque isto, na política, como no futebol, o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira. Queria apenas uma dezena de ministros, teve que ceder à coligação e ter mais um para caber mais gente… disse que iria ter apenas 25 secretários de Estado (tomaram posse na terça-feira), terá 33. Pois…
Não haja ilusões. Para Portugal cumprir com a Europa, FMI e Troika, os mais pequenos é que vão pagar. Nos impostos. Os grandes grupos económicos continuarão a passar ao lado da crise, os bancos continuarão a ter lucros avassaladores e o povinho continuará a ser o que mais sentirá esta "crisis", que supostamente, noutros países, significa oportunidade…
Em Julho virá o aumento do IVA, depois virão as portagens, o aumento no IRS, etc…. Enquanto isso acontecer, se calhar, haverá mais uns não sei quantos magistrados jubilados já falecidos a receberem uns bons milhares de euros sem que ninguém dê conta, falsas receitas médicas para dar a ganhar uns trocados a quem não precisa, suspeitas de negócios fraudulentos com empresas públicas que irão a tribunal e não darão em nada. Enfim, a pouca vergonha do costume. Num povo de brandos costumes.
Haja coragem para acabar com o que está mal. Que não é o dinheiro que se gasta na saúde, um direito constitucional; nem na educação, outro direito. Ou em tantos outros sectores em que se anunciam cortes. Mas sim nas despesistas empresas controladas pelo Estado, que somam, ano após ano, avultados prejuízos, mas que nem por isso deixam de pagar chorudas compensações aos seus administradores. Até porque, como diz Luther King, "a verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio."
Autor
João Alves
Categoria
Opinião
Palavras-Chave
Passos / verdade / mesma / País / haja / lesma / Europa / FMI / Troika / Portugal
Entidades
Passos Coelho / Passos / Luther King / FMI / Troika
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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