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Sobredotação tem ajuda na Covilhã

2011-05-18

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Depois de uma primeira tentativa no início de 2000, a Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS) voltou, este ano, a ter uma representação na Covilhã. A funcionar em estreita parceria com a UBI, a delegação recebe casos de crianças sobredotadas todas as semanas

Notícias da Covilhã – O que define, exactamente, uma criança sobredotada?
Ema Oliveira – São crianças que demonstram uma capacidade ou desempenho muito avançados para a idade numa ou em mais áreas. Tradicionalmente, considerava-se apenas a área cognitiva, ou intelectual, no entanto considera-se actualmente que também pode manifestar-se em alta habilidade e talento para outras áreas, como a arte ou o desporto.

NC – Como é feita a identificação de uma criança sobredotada?
E. O. – É uma questão complexa. É muito fácil dizer se estamos ou não na presença de uma criança sobredotada, pois as altas habilidades, sobretudo em crianças mais novas, poderão traduzir apenas precocidade no desenvolvimento. O processo de identificação deve contemplar múltiplas fontes de informação (família, escola, entre outros), os vários contextos em que a criança interage, nomeadamente os tempos livres, assim como vários instrumentos e áreas de desempenho. Mas a nossa preocupação principal nem é ter a certeza do diagnóstico. É tentar identificar necessidades da criança, sobretudo em termos psico-educativos, e perceber que tipo de intervenção deve ser feita face a essas mesmas necessidades.

NC – Em que fase da vida da criança é feita essa sinalização?
E. O. – O ideal é que a identificação seja feita o mais precocemente possível, no sentido de se poderem prevenir eventuais dificuldades que possam emergir no futuro. Mas por outro lado, demasiado cedo, também não podemos dizer se há sobredotação ou não. Porque há crianças que, tendo um ritmo mais acelerado numa determinada fase da sua vida, posteriormente não mantêm essa precocidade e acabam por atingir um nível de desempenho equiparado aos colegas da mesma idade. Aquilo que nos preocupa não é tanto determinar com toda a certeza se a criança é sobredotada mas, face a um determinado potencial, quais as necessidades que deverão ser atendidas. A lógica da avaliação que é feita é no sentido de determinar qual o apoio psicoeducativo mais indicado... seja uma entrada antecipada na escola, seja a implementação de planos de desenvolvimento, por exemplo, ou até o aconselhamento junto da família e a consultadoria com a escola. Não se podem é generalizar medidas, e cada caso deve ser analisado na sua especificidade.

NC – Essa avaliação é feita com base em quê?
E. O. – Existe a avaliação mais tradicional na área cognitiva, mas vamos mais além disso e tentamos perceber os interesses e as motivações e outras áreas em que a criança possa manifestar potencial. Se antigamente se associava a sobredotação à área intelectual e cognitiva, através de testes de QI, actualmente temos uma perspectiva mais multi-dimensional. Porque há muitas outras áreas da vida da pessoa que é importante avaliar. Muitas vezes isso implica recorrer a profissionais de áreas específicas de desempenho, como do desporto ou das artes, por exemplo.

NC – O objectivo é tentar que a criança desenvolva e maximize as áreas pelas quais mostra mais aptidão, ou criar um maior equilíbrio?
E. O. – O nosso objectivo é criar bem-estar. Não é puxar" pelas áreas em que a criança é boa. É tentar criar um desenvolvimento harmonioso da sua pessoa. Não estamos aqui para criar geniozinhos em miniatura. Tentamos identificar necessidades na criança para sugerir à família e à escola formas de as resolver.
(Entrevista completa, duas páginas, na edição papel)



Autor
Alexandre Salgueiro

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
criança / Covilhã / ANEIS / Associação / Nacional / Estudo / feita / crianças / sobredotada / desempenho

Entidades
Ema Oliveira / E. O. / Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação / UBI / NC

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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