Nunca há candidatos ideais. Mas há pessoas que reúnem as mesmas condições que as outras para que se possam apresentar ao sufrágio.
A história do mutualismo covilhanense escreve-se com letras maiúsculas na cidade dos lanifícios quando num tempo bem difícil, homens anónimos e outros, souberam pugnar pela criação de condições condignas no âmbito da saúde, do bem-estar social e até no direito a uma morte mais digna.
A saga do tempo remeteu-os, a muitos deles, a um quase esquecimento, não fora uma ou outra publicação que deles tenham falado, como José Caetano Júnior ou José Ramalho, insignes figuras que lutaram por verdadeiras causas. Homens que eram políticos sem dúvida, mas a tenacidade das suas atitudes e propósitos conduziram a resultados evidentes que ainda hoje frutificam.
Na qualidade de investigador desta temática o que mais me surpreendeu foi todo o enorme tecido social que se reuniu em torno de uma causa, quase diria sem precedentes, do operário ao patrão como na nossa cidade se dizia. E todos lá tinham os nomes (que constam dos anais de registos), como pude observar, atitude que me engrandeceu por perceber, que ali naquele (s) momento (s) os homens foram capazes de se unir em torno dum tema tão óbvio, como se de sobrevivência se tratasse.
Não tenho por hábito fazer a exortação das pessoas enquanto políticos. Prefiro fazê-lo sim por gestos e causas que nos honraram e honram, quando o sabemos a que propósitos o fizeram e fazem. Não terei qualquer pejo em referir que reconheci mérito em muitas das gentes que têm feito a história da nossa cidade e região e deles fiz eco e escrito em sede própria. E por certo continuarei a fazer se o tempo o permitir!
Aproximando-se um novo quadro autárquico o tempo é sempre propício, como aliás já o está a ser, a que muito se diga, muita expetativa seja criada em torno dos possíveis candidatos, que na mente ou propósito dos proponentes e apoiantes, conduzam a que se especule até, o que muito pouco me incomoda, pois a decisão popular saberá sempre ser soberana e decisiva na matéria.
Nunca há candidatos ideais. Mas há pessoas que reúnem as mesmas condições que as outras para que se possam apresentar ao sufrágio. no mesmo pé de igualdade daqueles que da política fizeram um terreno mais propício às sua movimentações.
Carlos Casteleiro é uma dessas pessoas que me garante certeza de ser alguém que nunca tendo procurado evidenciar-se pela via da política como modus vivendi, tem sabido ocupar um lugar de descrição e pugna por causas como o têm sido o importante trabalho desenvolvido no campo do mutualismo, as perspectivas de futuro com as residências assistidas, a recém-criada farmácia social, num tempo que se avizinha difícil. Capaz de fazer obra neste e em outros campos que a mudança dos tempos exige. Poderá ser dele a hora.
Autor
António Pinto Pires
Categoria
Opinião
Palavras-Chave
tempo / pessoas / José / homens / cidade / causas / torno / social / condições / deles
Entidades
José Caetano Júnior / José Ramalho / Carlos Casteleiro / Casteleiro
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original
A homenagem que urge seja feita a pessoas e instituições da cidade...
Dê voz a essa gente e verá o resultado...