Cidade mais móvel

2013-09-04

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Funicular e elevador inaugurados.

"Isto tinha-me dado muito jeito quando eu andava aqui na escola e subia o ramal a pé", comenta José Garcia, de 71 anos, enquanto espera pela cerimónia de inauguração do Funicular de São João, obra que integra o Plano de Mobilidade da cidade, tal como o Elevador da Goldra, o outro ascensor a funcionar desde o último domingo, 1. Duas obras que representam um investimento de dois milhões de euros.

Em Abril fica pronto o Elevador do Jardim, anunciou o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto.

Ao final da tarde a cabine do ascensor que liga agora o Parque da Goldra à Rua Marquês D`ávila e Bolama, junto à Biblioteca Central da UBI, com capacidade para 11 pessoas, começou a ser utilizado. A comitiva seguiu depois a pé, em direcção ao Largo São João de Malta, para se descer o ramal no funicular que permite transportar 15 pessoas de cada vez e tem uma paragem a meio do íngreme percurso.

As duas obras juntam-se ao Elevador de Santo André e à Ponte da Carpinteira no conjunto das estruturas construídas com o objectivo de vencer os desníveis que a orografia da Covilhã dita e facilitar a circulação pedonal. Do plano inicial, fica a faltar a ponte entre a UBI e Santo António, salienta o presidente do município, que lembra já ter 70 anos a ideia de dotar a cidade de um ascensor. "Há um Plano de Mobilidade que se realiza", enalteça o edil.

"Para tornar a cidade mais usável, necessitamos de pontes e ascensores", realçou Carlos Pinto, no palco montado junto ao funicular, onde discursou durante meia hora, ao lado da casa onde cresceu.

"Também neste aspecto a Covilhã está a par com o que de mais evoluído se tem feito nesta área", acentuou o autarca, lembrando que são apenas cerca de uma dezenas as cidades em Portugal com este tipo de equipamentos.

A obra foi "difícil" pela inexperiência do País nestas construções e o presidente da Câmara da Covilhã começou por pedir desculpa aos moradores do Ramal de São João de Malta por durante mais de dois anos, durante "dois verões e dois invernos, terem de viver com lama, poeira e ruído".

Carlos Pinto aproveitou para informar que os recursos comunitários utilizados para financiar grande parte destas obras não podiam ser desviados para outra finalidade, por isso apelida de "ignorantes" quem o acusa de desperdiçar dinheiro nestas obras ou as considera de fachada.

Segundo o edil o Elevador de Santo André, a Ponte Pedonal sobre a Carpinteira, o Elevador da Goldra, o Funicular de São João e o Elevador do Jardim custam ao município 500 mil euros, "num total de quase sete milhões de euros aproveitados" dos apoios comunitários. De acordo com Carlos Pinto, as duas obras agora inauguradas "já estão pagas".

Às acusações de eleitoralismo, por o "cortar da fita" estar a ser feito a menos de um mês das eleições autárquicas, o presidente da autarquia justifica-se com as vistorias da empresa austríaca responsável e com os processos de certificação do Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres e do Instituto da Soldadura e Qualidade, "que demoraram meses e obrigaram a aperfeiçoamentos". O certificado final, adianta Carlos Pinto, só chegou sexta-feira".

Após a cerimónia seguiu-se uma sardinhada, com animação musical, na Escola do Rodrigo.

Maria José Martins, 60 anos, com casa na zona do Rodrigo há 30, embora o Ramal não tenha o movimento de outros tempos, o Funicular vai facilitar a vida a algumas pessoas. Sobretudo aos idosos, sem dinheiro, para o autocarro, mas também quem não tem automóvel e aos estudantes que residem na zona. Aliás, Maria José espera que o ascensor venha a facilitar o arrendamento no Bairro do Rodrigo.

Utilização gratuita

O Elevador da Goldra, com cabine panorâmica para 11 pessoas, um desnível de 25 metros e uma inclinação de 32 graus, custou 500 mil euros. O Funicular, localizado junto à Escola do Rodrigo e a plataforma da outra extremidade junto à Garagem de São João, tem capacidade para 15 pessoas, apresenta um desnível de 62 metros, uma inclinação de 19 graus, um comprimento de 200 metros, é da autoria do arquitecto Luís Cabral e representa um investimento de um milhão, 549 mil euros. A utilização é gratuita.