Mural pintado no fim-de-semana.
As Escadas da Trapa estão, desde o passado fim-de-semana, mais bonitas. É que o grupo Covilhã em Transição realizou no local uma intervenção artística que visou dar outra imagem a um local que está, segundo ele, abandonado e muitas vezes sujo, mas que faz parte da meória colectiva da cidade.
"Penso que se conseguiu, de algum modo, denunciar a situação. Isso acontece quando se consegue juntar pessoas num local onde, habitualmente, não há. Umas escadas têm tanta importância como qualquer outro local de uma cidade. Havia quem não percebesse isso, mas para mim, pessoalmente, que passava ali todos os dias, pois morava na Avenida Marquês D'Ávila e Bolama, era claro. Passava e via sujidade, isolamento e degradação num sítio que faz parte da memória colectiva da Covilhã" conta ao NC Patrícia Paixão, uma das organizadoras do evento.
Durante dois dias, as Escadas da Trapa foram local de cultura. Pintou-se um mural, houve danças tradicionais europeias, um jantar colectivo e partilhado, um espectáculo de teatro ali ao lado, no Teatro das Beiras, leram-se excertos de "A lã e a neve" e também foi exibido um documentário com testemunhos de quem por ali passava frequentemente quando trabalhava nas fábricas de lanifícios ali localizadas. "Foi positivo. Reunimos cerca de 30 pessoas, decorámos as escadas com plantas e até alguns legumes comestíveis, as pessoas passavam, paravam, dançavam, iam embora. Enfim, houve ali vida. Foi bom também ouvir as histórias de quem usava as escadas, habitualmente. Foi a primeira iniciativa de reabilitação urbana, mas penso que outras se poderão seguir" assegura Patrícia Paixão.
A responsável do grupo Covilhã em Transição revela ainda a sua satisfação por sentir que a Covilhã "já aprova e sabe um pouco o que é a arte urbana, o que nem sempre é fácil."
Esta é já uma segunda actividade no local, já que a 27 de Abril houve uma primeira intervenção que mobilizou dezenas de participantes e hoje, segundo o grupo, são muitos os "curiosos que param na estrada para tira fotos às escadas". A iniciativa serviu também para assinalar os 40 anos do Teatro das Beiras, o primeiro ano de vida do Covilhã em Transição e o Dia Internacional dos Museus.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Escadas / Covilhã / Trapa / Transição / teatro / Paixão / Beiras / passava / passado / bonitas
Entidades
Patrícia Paixão / NC Patrícia Paixão / 27 de Abril / Dia Internacional dos Museus / Covilhã
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