Presidenciais geram pouco entusiasmo

2016-01-20

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A desconfiança generalizada nos políticos, o sentimento de que "são todos Iguais" e não se interessam pelas pessoas vincada pela população.

Enquanto os candidatos presidenciais desfilam no noticiário, Maria Pais, 86 anos, vem à varanda da sua casa em Verdelhos aproveitar os raios de sol de um final de manhã gelado. Desta vez, ao contrário do que já tem feito, não desligou o televisor. Não é que a campanha para as eleições presidenciais, que se realizam no próximo domingo, 24, lhe seja indiferente. Aliás, há muito que escolheu em quem tenciona votar. Mas está cansada de ver "sempre o mesmo" no aparelho que ao longo dos dias é a sua principal companhia.

"Como não posso andar, vejo televisão a toda a hora e os telejornais só falam da mesma bodega. Já mete fastio!", queixa-se a octogenária, desejosa que o alinhamento dos noticiários regresse ao formato habitual.

Maria Pais inquieta-se por as pernas não a deixarem trabalhar, como a vontade pede. Já não na fábrica de lanifícios, mas no campo, onde se entretinha depois da reforma. Não o pode fazer, mas o que mais gostava que mudasse em Portugal são as oportunidades concedidas "a esta gente nova", para ter como sustentar a vida e não ter de ir embora para outras paragens. "Queria que entrasse um presidente que garantisse paz e emprego a esta malta nova", diz, sem qualquer esperança.
(Reportagem completa na edição papel)