Associação condena recusa da Junta em ceder piscinas

2009-06-17

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A Associação Desportiva de Belmonte há 15 anos que realiza uma actividade que visa a ocupação das férias das crianças com a aprendizagem da natação. Este ano, a Junta de Freguesia recusou ceder as piscinas. Líder da colectividade não entende porquê, mas aponta como razão "guerras políticas e pessoais".

"As guerras políticas e pessoais estão envolvidas nisto". É esta a opinião de José Augusto Marques, presidente da Associação Desportiva de Belmonte, sobre a recusa da Junta de Freguesia de Belmonte em ceder, este ano, as piscinas municipais para a colectividade realizar as férias desportivas, que passam pelo ensino da natação às crianças da vila e concelho, ocupando assim a suas férias.

A Associação Desportiva de Belmonte foi pioneira na realização desta actividade, que já promove há 15 anos. Este ano, tinha intenção de o voltar a fazer, tendo apontado a primeira quinzena de Julho para que isso acontecesse. Assim, diz a colectividade, enviou nos finais de Março o Plano de Actividades à Junta, concessionária das piscinas, dando-lhe conta dessa intenção e, a 19 de Maio, enviou ofício solicitando a cedência do espaço para a data apontada ou que fosse indicada "uma outra data alternativa". A resposta que chegou, da autarquia, a 29 de Maio, não foi positiva. O que espantou o líder da colectividade. "Não entendo porque é que a Junta toma uma atitude destas. Alegam que outra colectividade de cá também quer organizar esta actividade, mas nós já os contactámos e eles dizem que sim, querem fazer, mas numa data posterior à nossa. Daí que não entenda qual o impedimento" afirma José Augusto Marques. A Associação, que lembra que "várias gerações aprenderam a nadar nesta actividade", tinha tudo preparado para avançar com a iniciativa (monitores contratados e inscrições efectuadas). Agora, diz ter ficado impossibilitada de continuar a actividade que "tão grande "êxito tem tido junto das crianças e jovens de Belmonte". No ano passado, teve a participação de 195 miúdos. Daí que atribua a "responsabilidade da não realização da natação, este ano, à Junta de Freguesia de Belmonte". Repudiando a atitude tomada pela autarquia.

José Augusto Marques diz já ter pedido uma audiência à Câmara Municipal, que "também deve ter uma palavra a dizer, pois é a dona do espaço" afirma. "Temos trabalho neste campo e esta é uma actividade já com alguma dimensão. Deviam ter um pouco mais de respeito por nós" afirma o líder da colectividade. O presidente da Associação sabe que a Junta "não tem obrigação de nos ceder a piscina", mas afirma que a autarquia "não deve imiscuir-se em determinadas actividades. Senão, para que servem as colectividades" pergunta. José Augusto lembra que a natação era feita em colaboração com os infantários da vila, da Santa Casa e Amiguinho, ou seja, uma actividade em que participavam várias entidades. O presidente da Associação via mesmo mais longe nas críticas e diz que tudo isto se deve "à política". É que José Augusto Marques sucedeu, na liderança do clube, a Carlos Afonso, que foi presidente da Associação vários anos e que ainda faz parte dos órgãos sociais da colectividade. Afonso é, assumidamente, candidato à Junta de Freguesia de Belmonte, num acto eleitoral no qual deverá defrontar o actual autarca, António Manuel Rodrigues. Agora, José Augusto Marques, que se classifica de "apartidário" diz que a colectividade que dirige está a pagar por isso. "É lamentável que assim seja. Ainda pensámos em levar a actividade para fora de Belmonte, mas é extremamente difícil".

Contactado pelo NC, o presidente da Junta de Freguesia de Belmonte, António Manuel Rodrigues, assegura que a natação, este ano, será realizada pela autarquia, uma ideia que já no ano passado tinha estado em cima da mesa e que este ano se concretizou também devido ao facto de haver duas colectividades a pedirem o espaço para realizarem a mesma actividade. "Estamos numa época de crise e também tínhamos conhecimento que poderiam vir a pedir aos miúdos um contributo monetário de inscrição. Nós vamos realizar a actividade e de forma gratuita" afirma o autarca, que confrontado com a pergunta se esta atitude se deve a questões políticas e pessoais prefere não comentar.