Cultura nas ruas

2010-09-15

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Festival Y a partir de sexta-feira.

Os espectáculos que vão à procura do público, na rua ou em locais improváveis, são a principal novidade da oitava edição do Festival Y, dedicado às artes performativas. Entre 17 de Setembro e 30 de Outubro são 16 os espectáculos que passam pela Covilhã e também pela Guarda e Torres Novas, onde a mostra tem extensões.

É com o espectáculo "Tumbala", dia 17, às 21h30, que o Y tem início. A performance musical, que Rui Sena, director da Quarta Parede, entidade organizadora, apelida de "fanfarra exótica", começa no Pelourinho e desloca-se para o Jardim Público. Os músicos utilizam instrumentos de percussão menos convencionais, feitos de plástico, que emitem sons diferentes do habitual.

De 7 a 9 de Outubro, ao longo do dia, decorre o espectáculo "Audiomeus", em três locais diferentes da cidade. A 9 o sítio escolhido foi o café da Residencial Jardim, onde as pessoas serão abordadas se querem escolher uma das várias histórias que é possível ouvir. O hospital é outro dos locais com quem a Quarta Parede entrou em contacto, mas falta confirmar dois dos espaços da iniciativa.

"Há pela primeira vez uma aproximação junto do público que nos parece importante, com os espectáculos de rua", frisa Rui Sena. O conceito passa por "ser o espectáculo a ir à procura do público", acrescenta.

Estreia de "Gota a Gota"
As restantes performances previstas para a Covilhã decorrem no auditório do Teatro das Beiras, sempre às 21h30, com bilhetes a seis e três euros. Entre 20 e 23 de Outubro é a vez de "Gota a Gota", produção da Quarta Parede. Uma estreia no festival, que pretende ser uma reflexão sobre a água e o que ela representa para o indivíduo. Trata-se de um espectáculo visual, que recorre à multimédia, com fotos, vídeos, som, movimento, e algumas palavras que surgem gota a gota. Em palco estarão duas intérpretes. "Nós partimos do princípio de que a água hoje em dia é um produto e tecemos ligações. Vemos a água como um bem essencial, mas também como entretenimento", sublinha Sílvia Ferreira.

De 20 a 30 de Outubro, a instalação interactiva multimédia "Corpo Memória Desperdício" está no Teatro das Beiras. Dia 26 de Outubro é exibida a performance "200 gr", de António Júlio. O último espectáculo marcado para a Covilhã é de dança, "Future Plans", pela mão de David Marques.

Fundão "não mostrou disponibilidade"
Da programação para a Guarda constam "Vice-Royale. Vain-Royale. Vile-Royale", de Sónia Baptista, dia 14 de Outubro, "Royal Dance", de Antonio Tagliarini & Idoia Zabaleta, dia 21 e "That`s The Story Of My Life", da autoria de Macarena Recuerda Shepherd.

Para Rui Sena o Y#8 significa "voltar a dar à região a possibilidade de ver espectáculos que de outro modo não fariam parte da programação regular", sempre apontados às "linguagens mais contemporâneas" das artes. "Todas as disciplinas são tocadas", salienta o director da Associação Quarta Parede.

Com os apoios garantidos nesta altura, foi necessário fazer opções. "Tentámos não diminuir a qualidade nem a quantidade dos espectáculos", acentua Rui Sena. Os cortes foram feitos na promoção do festival.

De fora da rota do Y, ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, ficaram o Fundão e Castelo Branco. Segundo o responsável pelo Y, o concelho vizinho não está incluído porque "não tem a disponibilidade mostrada nos outros anos". No caso da cidade albicastrense as propostas da Quarta Parede "não têm sido aceites".