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Educar para os valores

2010-10-27

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A causa mais urgente.
1 – Alguns aspectos da permissividade e do relativismo moral.
Debruçando-nos sobre o panorama actual da nossa sociedade, muitos aspectos dar-nos-ão motivo para séria reflexão pois, infelizmente, vemos marginalizados valores morais, absolutamente necessários para uma recta convivência social, respeitadora dos direitos fundamentais.
"Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar" (Sofia de Mello Breyner). Vemos televisão, ouvimos rádio, lemos jornais, revistas, livros…
E o que é que chega ao nosso conhecimento (quase diariamente) através da comunicação social? Na maioria dos casos faz-se a apologia da "vida fácil", sem respeito por normas, regras ou leis. Como se as normas morais fossem algemas e não defesas da liberdade. Como o código da estrada!
Faz-se a exaltação do negativo, o culto do que é sexualmente degradante, aceita-se, sem reticências, o suborno, a mentira e a corrupção, pois quem a ela se nega é cilindrado, pode perder o emprego e deitado para a valeta da vida. E o pior é que tudo isto se apresenta como já "parecendo normal" factível, sem mal nenhum, como por exemplo o aborto, a eutanásia, as relações pré-matrimoniais e a planificação familiar através dos métodos contraceptivos, a pílula, o preservativo.
A Igreja defende e recomenda a estas formas de planificação como, única alternativa, verdadeira e válida, os métodos naturais, já cientificamente comprovados, pois por desígnio de Deus, a mulher é fecunda durante 15 dias por mês para permitir uma paternidade responsável.
O Papa Bento XVI, ainda antes de ser eleito, na homilia que proferiu no inicio do Conclave denunciou com veemência a situação que acabamos de descrever com estas palavras:
"Quantos ventos de doutrina conhecemos nestas últimas décadas, quantas correntes ideológicas, quantas modas de pensamento. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo".
Quanto trabalho a realizar para remar contra esta maré alta do relativismo e permissivísmo moral.

2 – Instruir é mais fácil que educar. Mas educar é cada vez mais urgente.
São três as comunidades educativas que têm vocação educativa. A primeira é a Família, a segunda, subsidiária da primeira, é a Escola, e a terceira (de ordem sobrenatural) por desígnio do seu fundador (Jesus Cristo) é a Igreja que recebeu o mandato de ensinar, baptizar e fazer discípulos de Cristo em todas as nações.
Mas para a aceitação e vivência dos valores morais não basta instruir, encher a cabeça dos educandos com os mais variados conhecimentos. A instrução, só por si pode fazer homens sábios, mas só a educação – a educação para os valores – pode fazer homens honestos.
Para educar é preciso saber descer ao coração dos educandos, disciplinar-lhes a vontade para que saibam, em todas as circunstâncias, optar livremente pela verdade e pelo bem, ou seja pelo que devem fazer e pelo que devem evitar.
Isto é o segredo da moral religiosa, pois, como escreveu o notável homem de ciência Alexis Carrel (Prémio Nobel da Medicina), "o homem só obedecerá às leis da vida como ordens de um Deus pessoal". Praticar o bem, evitar o mal, em nome de quê e de quem? A única razão imperativa e imutável é porque Deus o quer.
Está demonstrado que nem a moral do prazer, do interesse, da solidariedade, nem a consciência colectiva conseguiram decidir e urgir, de forma estável, o homem perante o dever. Só a religião fundamenta a moral sobre o único imperativo imutável e universal e eficaz – a vontade divina.
Todo o tratado, dos deveres, ou tem por base o "tratado de Deus" ou jamais terá alguma base.
A religião é, pois, a alma da educação no sentido de que tem que impregnar e vivificar todo o conteúdo humano da educação.
Pio XII sublinhou este aspecto essencial da educação no IV Congresso Internacional da Educação Católica com estas palavras que jamais terão qualquer desmentido pelos factos; "uma educação que abstraía da moral e da religião ficará sempre privada da parte melhor e principal porque despreza as faculdades mais nobres do homem, priva-se das forças mais eficazes e termina inevitavelmente na falência".
De resto, seria fácil demonstrar que escola neutra ou laica é um absurdo filosófico, anti-pedagógico, anti-educativo, anti-patriótico e impraticável.
Uma juventude deseducada em tal escola, sem motivos superiores para batalhar contra as paixões, inevitavelmente será um factor de perturbação da ordem social.



Autor
NC

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
educação / moral / vemos / Deus / pois / valores / Educar / aspectos / social / homem

Entidades
Sofia de Mello Breyner / Deus / Papa Bento XVI / Jesus Cristo / Cristo

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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