Espanhol assegura na Torre a Volta a Portugal.
Já não é a primeira vez que acontece. Há alguns anos, quando os ciclistas se preparavam para subir à Torre pelo Vale Glaciar do Zêzere, junto a Manteigas, um violento incêndio naquele local fez com que os ciclistas subissem pela Covilhã precisamente no ano em que a Cidade Neve se "retirava" da prova por desacordos com a organização. Este ano, também Manteigas não teria direito a ver os corredores, mas fruto dos vários incêndios que deflagraram na zona de Seia, por onde se previa a passagem dos ciclistas, a subida à Torre teve que se fazer pelo lado de Manteigas, com o pelotão a passar pela nacional 18 até quase Belmonte, subindo depois por Valhelhas. Uma etapa que acabou por dissipar as dúvidas (se é que as havia) sobre o vencedor da Volta a Portugal este ano. David Blanco era o favorito. E na Serra, Blanco ganhou e ficou cada vez mais amarelo, o que acabaria por confirmar na etapa da consagração disputada domingo em Lisboa.
O camisola amarela fez mesmo uma real demonstração de superioridade ao arrebatar a vitória nesta sétima etapa da 72ª Volta a Portugal, entre Idanha-a-Nova e Torre. Um dia que foi marcado pelas alterações no percurso devido aos incêndios na região de Seia sendo a etapa reduzida em cerca de 45 quilómetros, sendo a subida à Torre feita pelo lado de Manteigas. "Eu é que sei o que tive de treinar e de sofrer durante toda a Volta. Desde 2006 até hoje" dizia o espanhol do Palmeiras, que confidenciou pesar menos seis quilos do que no ano passado para conseguir estar melhor na Serra. "Passei muita fome e treinei muito e era fácil conformar-me com aquilo que tinha, pesar 73 quilos, mas fiz o contrário. Às vezes leio os jornais e parece que ganhar a Volta é fácil e fico triste porque de fácil não tem nada."
Nos primeiros quilómetros, depois da saída de Idanha-a-Nova, surgiu muita gente a querer saltar do pelotão. Um grupo de 20 unidades acabou por deixar fortes marcas nesta etapa para o alto da Serra da Estrela. Dos fugitivos destacaram-se três corredores, Cândido Barbosa (Palmeiras Resort-Prio), o espanhol Constantino Zaballa (CC Loulé) e o italiano Matteo Rbottini (Lampre), com o português a concretizar o seu objectivo de liderar a classificação geral dos pontos, ao vencer as metas volantes do Fundão (quilómetro 43,9) e de Valhelhas (82,9), objectivo que não teria êxito porque o líder da prova, David Blanco, somou o mesmo número de pontos. Nos últimos cinco quilómetros travou-se intensa batalha, onde se destacaram Hernâni Broco (LA-Rota dos Móveis), Sérgio Pardilla (Carmiooro) David Bernabéu e Rui Sousa (ambos da Barbot-Siper), mas a todos eles o camisola amarela David Blanco (Palmeiras Resort-Prio) respondeu de forma categórica construindo uma vitória inequívoca.
Muita gente na estrada
Apesar da alteração de última hora, nem assim o percurso até à Torre deixou de ter gente na estrada. O "desporto do povo", como lhe chama, atraiu milhares por toda a encosta de Manteigas, e até antes, com as pessoas, informadas pelas rádios, a não quererem desperdiçar a oportunidade de ver passar o pelotão.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Torre / Volta / Manteigas / Blanco / Portugal / Serra / etapa / David / ciclistas / Palmeiras
Entidades
David Blanco / Serra / Blanco / Constantino Zaballa / Matteo Rbottini
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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