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Mau tempo prejudica Lobos da Neve

2010-03-10

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Chuva e lama fizeram com que concentração motard só tivesse 95 inscritos.

A chuva insistente, o frio e a lama foram os participantes que mais se fizeram notar na concentração invernal organizada pelo Moto Clube Lobos da Neve no último fim-de-semana, agora num novo local, o campo pelado do Complexo Desportivo da Covilhã. O mau tempo acabou por trazer à cidade muito menos motards que o habitual. Os visitantes que normalmente se deslocam ao recinto para ver as motos e entrar na festa, também foram em menor número que em edições anteriores, mas quem estava garantia que se estava a divertir.

Longe vão os tempos em que a concentração era feita no Sanatório, tinha mil e 300 inscrições e as ruas da cidade se enchiam de gente para ver o desfile passar. Há alguns anos foi mudada para o aeródromo, depois para o pavilhão da Anil e este ano para o novo local. Embora a intenção da organização seja no próximo ano realizar o evento junto à Ponte Pedrinha, no Parque de Campismo Carlos Pinto.

À entrada do recinto enlameado, apenas algumas motos. Mais acima, houve quem se atrevesse a acampar. Já o público que pagou para entrar não chegou às 250 pessoas. Uma das figuras mais solicitadas foi José Fernandes, o conhecido padre motard. Embora reconheça que se trata de "uma concentração pequenina", sublinhou que "o importante não é estarem muitos, é estarmos com qualidade a trocar experiências, alegria, a conviver, a matar saudades uns dos outros". "Eu considero que foi fraco quando se volta desiludido para casa. Apesar de poucos, pelo tempo, a crise, e as condições adversas, nota-se que quem está, está satisfeito", acrescenta.

A travar uma luta contra um cancro e a fazer tratamentos oncológicos, José Fernandes fez questão de marcar presença para agradecer o apoio que tem recebido e para transmitir uma mensagem de esperança. "Nesta fase da minha vida, vir aos Lobos da Neve é um marco, uma vitória. Para quem tinha quatro a seis meses de vida, desde então há cinco anos consecutivos que venho aos Lobos da Neve nem que seja só para dizer bom dia".

Cidade não sabia da concentração

António Oliveira, de Aveiro, tinha planeado fazer a viagem com 15 pessoas. Devido às condições climatéricas, acabaram por vir até à Covilhã apenas cinco motos. "No caminho apanhámos muito vento e chuva. Ainda assim, vale a pena. Pelo gosto por isto, pelo convívio". Embora não se arrependa, confessa que estava à espera de melhor. "O tempo não ajudou".

Não é a primeira vez que participa. Já esteve duas vezes na Anil. "Lá em cima havia mais condições, maior conforto. Mas se estivesse bom tempo aqui tinha sido excelente. Com o tempo assim, não se pode comparar os dois sítios", frisa o motociclista com o emblema do Grupo Motard Horta, Destinos e Incertos aplicado nas costas do colete de cabedal.

Devido à chuva, o madeiro só se acendeu na noite de sábado, mas não é muito convidativo estar na rua. Até porque é um caminho de lama que separa a tenda dali. António Oliveira, alojado numa residencial, pensava aproveitar para fazer um passeio à serra. Acabou por não ser possível. "Limitámo-nos a comer e a beber, porque não se pode fazer mais nada".

Telmo Botequilha fez 684 quilómetros debaixo de frio e chuva, com os companheiros, desde que saiu de Vila Real de Santo António, no Algarve. "Quem corre por gosto não cansa", diz, de copo de cerveja na mão. "Lá em cima não havia tanta lama, mas a concentração em qualquer lugar se faz", realça o elemento do Moto Clube Guadiana.

Com o mesmo grupo veio José Cordeiro, 43 anos, do conhecido Moto Clube de Faro. De chapéu de abas largas na cabeça, copo de cerveja na mão, sublinha que o prazer de andar de mota supera todas as contrariedades que se encontram pelo caminho. Habituado à maior concentração do País e frequentador habitual destes encontros, agrada-lhe o espaço da concentração deste ano. Só não entende o alheamento da cidade face à festa dos Lobos da Neve. "Acho estranho na cidade não se saber que há concentração. Eu chego e ficam a olhar como se fosse um extra-terrestre", conta o algarvio. "Nestas coisas são necessários apoios, divulgação. As entidades oficiais têm de entender que a concentração traz gente diferente à cidade. Nós em Faro não começámos logo com 25 mil pessoas, começámos com 200 motos. Estas coisas vão-se construindo", nota.

José Cordeiro fala no espírito motard, "fácil de sentir mas difícil de explicar", e lamenta a imagem distorcida que algumas pessoas ainda têm de quem anda em cima de uma mota. "Andar de mota não quer dizer que se é feio, porco e mau. Esses são um por cento e estão perfeitamente identificados".



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
concentração / Lobos / Neve / fizeram / tempo / Complexo / Desportivo / cidade / motos / Mau

Entidades
José Fernandes / padre motard / António Oliveira / Telmo Botequilha / José Cordeiro

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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