Câmara e Turismo trocam acusações devido à Rampa

2010-12-09

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Prova não se deve realizar no próximo ano.

Uma "guerra" de palavras. Ou de comunicados. O facto de, no próximo ano, a Rampa Internacional Serra da Estrela não se realizar na Covilhã motivou na passada semana uma troca de acusações entre a Turismo Serra da Estrela e Câmara da Covilhã que, á sua vez, imputam culpas uma à outra em todo este processo.
Recorde-se que há cerca de três semanas, em declarações ao Autosport, Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), disse que "a Rampa da Serra da Estrela não se vai realizar em 2011". Uma declaração que colocou em alarme os amantes da modalidade e da prova, que através das redes sociais fizeram saber que a Rampa do próximo ano estaria em risco. Carlos Barbosa disse que nesta altura, a concretização da mítica prova pontuável para o Campeonato Europeu de Montanha, bem como para o de Portugal, estava "irremediavelmente" comprometida no próximo ano. "O Turismo da Região já disse que não pagará o valor necessário para que a prova se pudesse realizar. De resto, ainda nem sequer pagou o valor deste ano correspondente à última rampa, pelo que posso dizer que a Rampa da Serra da Estrela não se vai mesmo realizar em 2011" afirmava este responsável.
Na passada semana, a Câmara da Covilhã, em comunicado, diz ter sido oficialmente informada pelo ACP desta decisão, que disse não haver meios financeiros necessários para a realização da prova. A autarquia mostrou "disponibilidade para nos moldes habituais" colaborar com a organização, fornecendo "todo o apoio logístico necessário" que, se contabilizado, "representa milhares de euros" E lamentou que a Turismo Serra da Estrela não encontre forma de apoiar um evento "que sempre defendeu, e propalou, como de vital importância turística para a região". A Câmara considera ainda "lamentável" que o ACP acresça às razões invocadas "o facto dos montantes prometidos pela Turismo Serra da Estrela, para a edição já realizada em 2010, não terem sido liquidados até ao momento", ficando demonstrado "o esvaziamento de importância daquela entidade turística regional na prossecução dos objectivos para que foi criada e dos argumentos que, recentemente, se encontraram para justificar a sua manutenção".
Perante as críticas, também em comunicado, a Turismo Serra da Estrela explica que até 2007 o custo financeiro da Rampa perante o ACP era de 25 mil euros, que em 2008 a verba passou para 50 mil euros e nos dois últimos anos a Turismo Serra da Estrela teve que se responsabilizar por 100 mil euros. "De forma unilateral o ACP exigiu para 2011 130 mil euros, com exigência bancária pela primeira vez" acusa a Turismo Serra da Estrela, que diz ter pago todos os valores até agora, excepto o ano 2010 que "está em curso" e que "nenhum dos custos anteriormente referidos foi comparticipado pela Câmara Municipal da Covilhã" tendo a Turismo Serra da Estrela "arcado sozinha com todas as despesas inerentes". Daí que lance o repto à Câmara: "se vier a rever a ausência de contributo financeiro imediato será reaberto o processo negocial para a Rampa 2011".
Na passada sexta-feira, na sessão de Câmara, os vereadores do PS interpelaram o executivo sobre esta questão e pediram uma "comunhão de esforços" para que o evento se mantenha na Covilhã. Certo é que, para já, a prova que habitualmente vai para a estrada em Maio e que liga, sempre a subir, por curvas e contracurvas, a zona do Estádio José Santos Pinto ao ex-Sanatório, está em risco. Recorde-se que no ano passado a prova voltou a atrair à Serra milhares de amantes do desporto motorizado e que foi ganha pelo campeão europeu em título, o italiano Simone Faggioli (Osela FA 30), que inscreveu assim pela quarta vez o seu nome no palmarés da Rampa Internacional da Serra da Estrela.