Flávio diz que Estado é mau exemplo

2010-08-25

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Não limpa matas.

José Flávio, comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, considera que "o Estado é um mau exemplo" na limpeza das florestas. No concelho, salienta, continuam a existir autênticos barris de pólvora, devidamente identificados.

O problema é atribuído por José Flávio a uma forma de estar que passa por esperar que sejam os outros a fazer ou pela falta de percepção de que ter uma casa por baixo de pinheiros ou rodeada de penhasco é um risco potencial. Apesar de a lei obrigar à limpeza das mapas e dos espaços a 50 metros de áreas urbanas, é difícil fazer cumprir. Tanto mais que o próprio Estado não cumpre", acusa o comandante, que enquanto o Verão não terminar prefere não apontar os casos concretos que tem assinalados.

"No concelho temos muitos desses barris de pólvora identificados", informa José Flávio. As situações são diversas, mas alguns dos casos prendem-se com o corte de zonas com árvores onde o biocombustível acaba por ser deixado.

O concelho tem tido uma média de dois a três incêndios por dia. Os de Orjais e São Jorge da Beira, no início de Agosto, foram os maiores. A maioria das situações são pequenos focos rapidamente controlados "pela maneira como se está a trabalhar no distrito, com as triangulações". "São áreas de cem, 200 ou meio hectare que rapidamente conseguimos dominar com os meios que temos no distrito", refere José Flávio.

Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã a grande fatia dos incêndios florestais são originados por fogo posto ou negligência. Em Orjais, onde arderam zonas agrícolas, frutícolas e também mato, que vai criar problemas a nível cinegético, José Flávio está convencido que terá sido também essa a causa.