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O senhor desporto

2010-12-30

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Aos 70 anos, "Viseu" é uma cara bem conhecida do atletismo regional.

"As pessoas às vezes convencem-se de que não são capazes de fazer as coisas, mas percebem que ao fazerem um esforço conseguem", observa José Carlos Campos. Aos 70 anos, continua a testar os seus limites e é das caras mais conhecidas do pelotão do atletismo na região, depois de ter jogado futebol no Sporting da Covilhã.
Não é invulgar sentir-se aumentar o entusiasmo do público à passagem daquele que é conhecido por Viseu, sobretudo nas provas no concelho, onde ao longo dos anos se tornou uma figura de referência do desporto. Ele diz que faz por isso. Procura transmitir simpatia, descontracção e agradece com insistência os aplausos de quem está ao longo do percurso.
"Às vezes dizem que gostam de ir perto do Viseu porque assim toda a gente nos bate palmas", conta, a rir. Um reconhecimento que atribui aos muitos anos associado às várias modalidades.
Da fábrica para os treinos no Sporting da Covilhã
Sempre esteve ligado ao desporto. Desde criança, nos tempos de escola, quando num campo em terra batida jogava basquetebol e voleibol junto ao Grupo Desportivo da Mata. Mais tarde, aos 17 anos, passou a jogar futebol nos Leões da Floresta, onde diz ter crescido enquanto pessoa e atleta. Na altura, tal como os colegas, costumava participar na tradicional corrida de São Silvestre, organizada pela colectividade.
Mais tarde transitou para o Benfica da Covilhã, onde jogou no distrital na III Divisão. "Entretanto progredi e convidaram-me para ir jogar para Pinhel", recorda. Deslocava-se até lá duas vezes por semana para treinar, depois de sair da fábrica de lanifícios, onde trabalhou durante 46 anos como tecelão mecânico.
"Aos 29 anos comecei a dar muito nas vistas e foi então que o senhor Gaspar, presidente do Sporting da Covilhã, me convidou. Ganhava 500 escudos e vim a ganhar 600", lembra. Durante quatro temporadas, foi lateral esquerdo dos serranos, numa equipa com muitos brasileiros e com sete elementos da Covilhã, no caso dos da terra, todos com profissões paralelas. "Eu tinha um horário fixo das 6h da manhã às três da tarde para poder treinar".
Desses tempos, vêm-lhe à memória o peso das bolas de cabedal, ensebadas para não se estragarem, e que no Inverno magoavam nos cabeceamentos, quando a areia se colava à gordura da bola. O pelado do Santos Pinto, onde um "carrinho" significava uns dias esfolado, ou a satisfação sentida nas deslocações a outros estádios, já relvados, também não são esquecidos.
Deixou de jogar na época 1974/75, mas ainda alinhou novamente no distrital, pelo Benfica da Covilhã. Só perto dos 40 anos largou o futebol, embora não se tenha sentado no sofá a ver televisão. Foi fazendo corridas pela serra, onde também faz caminhadas, com um grupo de amigos, até que decidiram criar uma equipa de atletismo, os Veteranos da Covilhã, e participar em provas.

(notícia completa na edição papel)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Desporto

Palavras-Chave
Covilhã / José / Carlos / Viseu / atletismo / Sporting / desporto / regional / conseguem / observa

Entidades
José Carlos Campos / São Silvestre / Gaspar / Ganhava / Santos Pinto

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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