O outro lado dos Noivos de S. Tiago

2010-07-21

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Trabalham 7 meses para que no fim 12 pessoas tenham o dia mais feliz das suas vidas.
No dia da cerimónia, a tradição diz que têm de oferecer o seu dia de trabalho

É uma tradição que remonta aos anos 60, mas só nos últimos 10 anos tem sido trabalhada sem interrupções pela Câmara Municipal da Covilhã.

Os Noivos de São Tiago são uma forma de dar a seis casais "um casamento como dificilmente conseguiriam ter", explica Paulo Rosa, vereador da cultura. O dia do casamento é sempre dia de muita festa. O que poucos se lembram é de todo o trabalho que esteve por detrás e que permitiu a sua realização.

Ainda mal raia o novo ano já o departamento de Cultura, Juventude e Desporto está a preparar a edição dos Novos de São Tiago. São os nomes e caras do município covilhanense que não aparecem nos jornais. As inscrições abrem em Janeiro. A partir daí começa toda uma luta para que no primeiro sábado da realização da Feira de S. Tiago seis casais da Covilhã possam casar.

Realizam-se entrevistas com os candidatos, analisa-se a situação sócio-económica dos seus agregados familiares, com base na entrega da documentação exigida.

Procuram-se lojas no concelho que apoiem com os fatos para os noivos, os vestidos para as noivas, os sapatos, a maquilhagem, os buquês, as alianças, as fotografias e até o transporte dos noivos. Na edição de 2010 são 20 as empresas que apoiam o evento, "quase tudo a nível de logística". "Em tempo de crise há sempre mais alguma dificuldade em conseguir os apoios. Mas esta é uma tradição do concelho e há sempre quem apareça a ajudar", sublinha Paulo Rosa.

A Câmara Municipal responsabiliza-se pela decoração dos espaços necessários para a realização da cerimónia religiosa e do copo de água. O casamento, este ano, terá lugar na nova Igreja da Santíssima Trindade, o copo de água, oferecido pela autarquia, será no Hotel Serra da Estrela, nas Penhas da Saúde. Um "esforço financeiro considerável" que Paulo Rosa diz compensar.

São 7 meses a trabalhar para conseguir dar um dia único a quem menos hipóteses tem de o conseguir. Um dia em que os próprios funcionários da Câmara, que estão envolvidos na logística do evento, oferecem o seu dia de trabalho. "É a tradição", diz Paulo Rosa.

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