A construção da última parcela do Regadio da Cova da Beira, o canal da Fatela, foi consignada na semana passada.
A cerimónia decorreu no Meimão, Penamacor, e contou com a presença do primeiro-ministro. Prevê-se que a obra esteja concluída no próximo ano
A consignação do último bloco de rega foi feita durante a apresentação do projecto da central mini-hídrica do Meimão, na passada quarta-feira, 21.
Segundo a Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, o investimento total do Regadio da Cova da Beira é de cerca de 320 milhões de euros e com a conclusão das obras em 2011 irão ficar beneficiados pelo Regadio 12 mil 360 hectares de terrenos, chegando a 1653 agricultores. O Regadio passa por 29 freguesias dos concelhos de Belmonte, Sabugal, Covilhã, Fundão e Penamacor.
José Sócrates marcou presença em Meimão, Penamacor, na inauguração da central mini-hídrica de produção de electricidade. A central é uma das últimas obras do projecto de Regadio da Cova da Beira, um sonho com mais de 60 anos que poderá estar concluído já no próximo ano.
A central mini-hídrica de produção de energia eléctrica do Meimão está instalada na conduta que abastece o regadio a partir da Barragem do Sabugal e aproveita o desnível de 220 metros para produzir electricidade com a força da água puxada pela gravidade. A obra representa um investimento que ronde os 4 milhões de euros e tem uma capacidade instalada de seis mega volt-ampere.
"Esta obra é importante para o país e para a política agrícola, mas é também importante para toda uma geração de políticos da Cova da Beira que sempre se debateram pelo Regadio", considerou Sócrates. "Em 1957, a Câmara Municipal da Covilhã decidiu escrever ao Ministério das Obras Públicas dando-lhe nota da importância que teria para a agricultura da Cova da Beira se tivesse mais água. Acontece que eu nasci em 1957, ao longo de toda a minha vida política acompanhei o projecto do Regadio. É altura, portanto, de acabarmos este projecto. Um dos mais importantes da Beira Interior".
Depois da inauguração da mini-hídrica fica apenas a faltar o bloco de rega da Fatela para que o Regadio esteja a funcionar na sua plenitude.
O primeiro-ministro esteve acompanhado pelo ministro da Agricultura, António Serrano, e pelo director geral do Desenvolvimento Rural, José Estêvão.
População receia «morrer à sede»
"Sr. primeiro-ministro seja bem-vindo à freguesia de Meimão. Mas não nos deixe «morrer à sede»". Foi com estas frases, bem visíveis numa tarja, que a população deu as boas-vindas a José Sócrates.
Meimão está rodeado de barragens, mas parte dos seus terrenos não têm água desde que as obras do regadio avançaram, queixou-se a população. O facto de haver bastantes terras em altitude, bem como o facto de já não haver as linhas de água que enchiam os açudes, são um obstáculo que "tecnicamente não é fácil de resolver", considera António Serrano. O Ministério garante que vai estudar uma solução viável.
"A nossa preocupação tem sido acabar o empreendimento tal como estava projectado. È óbvio que surge sempre a necessidade de aumentar a área abrangida ou levar a água a outros pontos. E vamos trabalhar nisso", ressalvou o ministro da Agricultura, que considerou "irónico" que no sítio onde passa a água não haja água para regar.
Autor
João Filipe Pereira
Palavras-Chave
Regadio / Beira / Meimão / Cova / água / Sócrates / Penamacor / Agricultura / central / mini-hídrica
Entidades
José Sócrates / Sócrates / António Serrano / José Estêvão / Meimão
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