Esperados entre 300 a 500 mil peregrinos em Fátima

2010-04-14

Versão em áudio disponível!

00:00 00:00

Para a visita de Bento XVI.

Entre 300 mil a 500 mil pessoas são esperadas em Maio no Santuário de Fátima durante a visita do Papa Bento XVI, segundo as estimativas da Igreja Católica portuguesa, que aguarda também 150 mil crentes em Lisboa e Porto.

Estes são os números com os quais a Igreja está a preparar a visita do sumo pontífice, de 11 a 14 de Maio, adiantou o bispo de Lisboa, D. Carlos Azevedo, numa entrevista à agência Lusa sobre a primeira visita ao país do chefe máximo da Igreja católica.

A visita é "uma mega operação" que envolve muitas centenas de pessoas, desde vários órgãos do Estado e do Governo e a própria Igreja, na preparação de "uma festa feliz", com todos os pormenores pensados, afirma o bispo. "Tudo é preparado ao detalhe e para tudo há um plano B", comenta o bispo auxiliar de Lisboa, sobre a eventualidade de, por exemplo, as condições atmosféricas não permitirem fazer deslocar o papa de helicóptero entre as três cidades. Segundo D. Carlos Azevedo, a Igreja apercebeu-se de que existe neste momento "um grande interesse, que vai crescendo", de a população ir ao encontro "de uma figura que pode proporcionar uma experiência espiritual única". Este interesse em ver o Papa é explicado por D. Carlos Azevedo como uma manifestação da procura "da única referência que o mundo tem (..) sem interesses económicos por detrás, apenas o interesse do bem profundo de cada ser humano".

Na opinião do prelado, apesar da imagem inicial de Ratzinger enquanto cardeal - "de uma pessoa dura" - o sucessor de João Paulo II "tem surpreendido". "A primeira encíclica [de Bento XVI] foi sobre o amor. Falou de Deus como amor, o que surpreendeu. E também pelo diálogo que tem proporcionado, e pelos desafios lançados ao mundo, para que se questione se este modelo de desenvolvimento é o melhor para o futuro das gerações que aí vêm", aponta. D. Carlos Azevedo avalia que as várias intervenções que o sumo pontífice tem realizado mostram "que fala para todos e que tem uma mensagem não só para os católicos". Quanto aos encontros que Bento XVI manterá em Portugal, foram divididos em três áreas: a vertente cultural, a social e a pastoral. "Num momento em que a mudança cultural é tão fundamental para enquadrar uma resposta de proposta de Cristianismo, achámos fundamental convidar os homens e mulheres das artes, das letras e das ciências. Como a cultura também passa pela dimensão religiosa, os representantes das várias comunidades religiosas em Lisboa também vão estar presentes", justifica.

Outro encontro importante do Papa será com o mundo da acção social: "Também é um momento fundamental nesta área porque se está a tentar responder a tantas situações de dificuldades de pobreza que se vivem em Portugal". Já o encontro com os membros do clero tem a ver com o facto de decorrer num "ano sacerdotal" e "era importante que o Papa aproveitasse esta oportunidade para estar com os agentes pastorais mais próximos, ou seja, os representantes das paróquias e dos movimentos religiosos".