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Para gostar deste Papa é preciso conhecê-lo

2010-12-07

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Quem o diz é a jornalista Aura Miguel, que esteve na Covilhã.

preciso conhece-lo para gostar deste Papa", disse na noite da passada sexta-feira, 3, no Teatro-Cine da Covilhã, Aura Miguel, a única jornalista com acreditação permanente no Vaticano. A vaticanista, que acompanhou todas as viagens de Bento VXI, desfez a imagem de um homem frio.
"João Paulo II era um homem de multidões, carismático. Chegava e conquistava logo. Este é muito tímido, retraído, discreto, muito mais velho, não estava habituado a multidões, porque o que ele fazia antes era estar num gabinete a estudar dossiers", realça a jornalista da Rádio Renascença.
Aura Miguel destacou a "inteligência" do actual Papa, considera que Bento XVI "tem a cabeça muito arrumada e explica tudo com grande clareza". "É mais claro que João Paulo II a formular ensinamentos", acentua.
Quando conheceu o então cardeal Joseph Ratzinger, numa visita em 1996 a Fátima, Aura Miguel ficou surpreendida com o homem "humilde, acessível, com imenso sentido de humor, a ponto de contar anedotas sobre religião", com que se deparou. Uma impressão consolidada com o tempo.
"Estou convencida que Deus dá o Papa em cada época consoante as necessidades", sublinha a jornalista. Para a vaticanista a falsa ideia criada de Bento XVI deve-se ao facto de ao longo da vida ter corrigido muita gente, na qualidade de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. "Foi-se criando uma imagem dele que quem trabalha de perto com ele ou o conheceu nega em absoluto", acentua.
Fé tem necessariamente de ser vivida
Segundo Aura Miguel, que editou este ano o livro "As Razões de Bento VXI" e veio à Covilhã falar sobre "O Que Fica da Visita do Papa" a Portugal, a convite da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, a principal preocupação do santo padre prende-se com a necessidade de voltar a centrar o catolicismo no essencial: Deus. "O Papa disse que a Igreja às vezes está mais preocupada com as consequências políticas da fé que com a fé propriamente dita, pensa mais nas consequências que no conteúdo", censura.
A jornalista, especialista em assuntos religiosos, referiu outro assunto abordado por Bento XVI, a multiplicação de "crentes envergonhados", por exemplo na política, que "criam barreiras ao catolicismo".
Aura Miguel cita o santo padre ao dizer que a única forma de viver a fé é através do "testemunho". Ou seja, praticando-a. "Parece que as pessoas se habituaram a ser católicas mas não fizeram o percurso para aprofundarem as razões. Por isso é que falta o testemunho, que é por onde passará o futuro da fé", realça. "Cada um tem de fazer uma viagem ao cerne de si mesmo, ao cerne do cristianismo", acrescenta.
Aura Miguel conta que o Papa é da opinião que "o futuro da Igreja passará por focos de vivacidade, ilhas onde se mantém viva a fé e esses lugares serão atractivos para os de fora, mas para isso têm de ser vividos". "Não dá para ser católico não praticante. Só fará sentido se partir da vida, do testemunho, tem de entranhar na vida quotidiano", interpreta a vaticanista.
A iniciativa decorreu associada à Novena da Imaculada Conceição, que se realiza todos os dias da semana às 21h e aos sábados e domingos às 15h, na Igreja da Conceição. "Saímos daqui mais enriquecidos e mais comprometidos", frisou o padre Fernando Brito, moderador do debate.



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Religião

Palavras-Chave
Miguel / Papa / Aura / Bento / gostar / preciso / Vaticano / jornalista / Covilhã / XVI

Entidades
Aura Miguel / Papa / Bento VXI / João Paulo II / Bento XVI

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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