Crianças dormiram com a música

2010-09-15

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Na Banda da Covilhã.

O pijama é o traje de gala. Na Sala Tchaikovsky da Banda da Covilhã, onde soa uma marcha tocada por duas monitoras, há escovas e pastas de dentes em cima dos cavaletes, no chão estão alinhados colchões, os sacos-camas e numa mesa ao canto o lanche.

O cenário é estranho e a iniciativa invulgar. Em tudo se assemelha a um acampamento, mas com características muito particulares e dentro de um edifício. Na noite da passada quinta-feira, 9, oito crianças inscreveram-se para "Dormir com a Música".

Ao final da tarde começaram a chegar à Banda da Covilhã, equipados como se fossem fazer campismo. Para descontrair os participantes, a primeira actividade envolveu uma psicóloga, que recorreu a técnicas de relaxamento e dinâmicas de grupo. Já com as caixas de pizza compradas para o jantar vazias, uma aula especial. Uns deitados, outros sentados no chão, ouviram explicações sobre o clarinete.

Nova pausa e começa a ouvir-se o som de duas violas de arco, que o grupo escuta atentamente. Ao pequeno concerto, segue-se uma lição pormenorizada sobre o instrumento. Sobre a sua história, sobre as peças que o compõem. "Alma?", espanta-se um dos jovens, quando é dito o nome da marca distintiva que caracteriza o som da viola de arco. Querem depois saber de que são feitas as cerdas do arco, saber se partem, como são tratadas.

Por uma noite, a Banda da Covilhã acolheu uma espécie de acampamento lúdico. "Quisemos reforçar aquilo que chamamos o espírito da Banda da Covilhã. Mostrar que a união faz a força, que temos de estar sempre em sintonia, porque o espírito de grupo aumenta a musicalidade", frisa José Eduardo Cavado, o director artístico, pouco depois de ter aberto a porta, também ele com o equipamento oficial da iniciativa: o pijama.

"Eu já cá passo tantas horas que costumava dizer que só me faltava cá dormir. Olha, foi agora", diz, com uma gargalhada à mistura.

(Reportagem completa na edição papel)