NEWSLETTER MEDIA
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário O Arquivo Web do Notícias da Covilhã.
Explore o passado deste jornal centenário

A educação encerra um tesouro

2010-05-26

00:00    00:00

A educação não pode por si só resolver os problemas.
No âmbito da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, a Unesco, sob a orientação de Jacques Delors, produziu um importante documento que deve merecer toda a nossa atenção e reflexão.

A interdependência planetária e a mundialização são fenómenos essenciais da época que atravessamos e vão marcar o século XXI. É fundamental que se faça uma reflexão global que transcenda os âmbitos da educação e da cultura e se observem as funções e estruturas das organizações internacionais.

Adverte esta comissão que um dos riscos que se afigura é uma possível ruptura entre uma minoria capaz de se mover nesse/neste mundo em formação e uma maioria que se sinta arrastada pelos acontecimentos e impotente para influir no destino colectivo com risco de retrocesso democrático e múltiplas rebeliões. Veja-se a este propósito o que ocorreu em França num passado recente.

Deve existir uma utopia orientada que procure guiar as actuações até uma maior compreensão mútua, que se produza uma intensificação do sentido da responsabilidade e da solidariedade procurando aceitar as diferenças espirituais e culturais. Ao permitir que todos tenham acesso ao conhecimento, a educação tem um papel muito concreto no desempenho e na realização desta tarefa universal fomentando a compreensão mútua.

Ao nível das recomendações a Unesco alerta para diversos aspectos a ter em conta.

A política de educação deve diversificar-se e conceber-se de modo que a mesma não se constitua num factor adicional de exclusão.

A educação não pode por si só resolver os problemas. que se colocam ante uma situação de ruptura social. Neste âmbito, a tarefa que cabe à Escola é contribuir para a promoção e integração dos grupos minoritários, mobilizando os seus interesses, respeitando a sua personalidade.

Um campo acrescido em que a Escola pode aprofundar a aprendizagem da democracia tendo por base uma educação para uma cidadania consciente e activa.

A cidadania democrática é o corolário da virtude cívica, podendo fomentar-se e estimular-se mediante instruções e prática adaptadas à sociedade da comunicação e informação. Isto é, proporcionar linhas de orientação que procurem reforçar a capacidade de compreender e julgar.

À educação são incumbidas as tarefas de inculcar tanto nos jovens como nos adultos as bases culturais que lhes permitirão discernir, na medida do possível, as mutações que se estão a produzir, o que exige que se faça uma selecção relativamente à massa de informação à escala global.

Os sistemas educativos devem responder aos múltiplos desafios lançados pela sociedade da informação com o objectivo contínuo de enriquecer os conhecimentos que visem o exercício de uma cidadania adaptada às exigências da nossa época.

Prosseguir na reflexão em torno da ideia de um novo modelo de desenvolvimento que respeite mais a natureza e os ritmos do ser humano.

Numa dimensão prospectiva da sociedade do amanhã e tendo em conta as repercussões do progresso técnico e das mudanças provenientes dos modos de vida privados e colectivos, é fundamental o estabelecimento de novas relações entre política da educação e de desenvolvimento com o objectivo de fortalecer as bases do saber teórico e técnico, pelo que, e em jeito de conclusão, as estruturas político – educativas devem procurar fomentar a incitação à iniciativa, ao trabalho em equipa, não descurar as sinergias realistas em função dos recursos locais, promovendo o auto – emprego recorrendo ao espírito de iniciativa, se quisermos empresarial.

A este propósito vale a pena ler com atenção a Declaração de Jomtien, produzida em 1990, ainda de todo pertinente. E já agora, retomar os temas geradores das grandes discussões que interessam à sociedade, como no caso, o da educação.



Autor
António Pinto Pires

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
educação / XXI / Delors / Internacional / Jacques / século / reflexão / sociedade / Comissão / Unesco

Entidades
Jacques Delors / Comissão Internacional / Unesco / Educação / França

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

partilhe!

veja também

Os desafios do poder local

A história demonstra que a Covilhã sempre soube ultrapassar as dificuldades...

Serra dos Reis em entrevista

Entrevista ao candidato do Movimento Resgatar a Covilhã...

VOLTAR À PÁGINA INICIAL