No Festival Boom, em Idanha-a-Nova.
Termina esta quinta-feira, 26, o Festival Boom que há cerca de uma semana decorre na Herdade do Lombo, Idanha-a-Nova. Um evento que atraiu milhares de pessoas. Só no primeiro dia entraram no recinto cerca de 50 mil pessoas. A organização apenas esperava cerca de metade. Uma entrada feita sem problemas, já que o Festival dispôs de um plano operacional próprio.
Os participantes no evento enfrentaram uma fila com cerca de cinco quilómetros, mas sem grandes paragens, uma vez que, pela primeira vez um festival de ar livre, com grande concentração de pessoas, teve um plano operacional próprio. O documento foi elaborado pelo Comando Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco (CDOS), da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), e ditava as regras de segurança do Festival Boom, podendo ser replicado noutros eventos semelhantes, como sejam Vilar de Mouros ou Paredes de Coura. O Plano Operacional Distrital Boom 2010, como foi apelidado, engloba e está feito em articulação com todas as entidades de Protecção civil. Vigora até 30 de Agosto e é dirigido, politicamente, pela governadora civil do distrito de Castelo Branco, Maria Alzira Serrasqueiro.
Rui Esteves, comandante operacional distrital do CDOS de Castelo Branco, afirma que com este plano "cada entidade sabe o que deve fazer e quando". O objectivo foi "responder com eficácia a qualquer ocorrência, no domínio da protecção e do socorro, nomeadamente de emergência pré-hospitalar, acidentes, incêndios, assistência sanitária, controlo epidemiológico, redução do consumo de drogas lícitas e ilícitas, socorro a náufragos, resgate a salvamento subaquático". A dificuldade de evacuação em caso de acidente também foi prevista e, para isso, foram criados corredores de segurança para circulação de pessoas e meios, em caso de urgência. No local foram instalados postos de socorro e colocadas ambulâncias com acesso facilitado aos corredores de segurança.
O Boom é um festival intercultural, dispondo de uma vasta rede mundial de embaixadores e, como tal, atrai público de todos os continentes, o que origina um contacto entre pessoas de diversas matrizes culturais. Este ano o tema foi a água. O festival, tal como em anos anteriores, deu grande destaque ao ambiente e à cultura.
O Festival Boom arrancou em 2002 e realiza-se de dois em dois anos, com uma forte presença de estrangeiros. "O Boom é um festival de cultura independente e expressão artística que é reconhecido mundialmente pelos seus projectos de sustentabilidade ambiental", afirma Artur Mendes, da organização. "É também, provavelmente, o festival em Portugal com o maior número de público estrangeiro", acrescenta aquele responsável, que fixa em cerca de 70 por cento a percentagem destas presenças. A organização decidiu limitar o número de entradas, depois de, em 2008, o concelho do distrito de Castelo Branco, com menos de 10 mil habitantes, ter recebido 30 mil forasteiros. As estruturas do festival foram pensadas e construídas de raiz no recinto, num trabalho que começou em Maio e envolveu cerca de mil pessoas de várias nacionalidades. Música, teatro e conferências continuam a marcar presença no programa, mas a aposta foi este ano para a arte pública e as bioconstruções.
Alguns espaços foram construídos em bambu e cana, mas a organização aproveitou ainda para reciclar materiais utilizados noutros festivais, como o Rock in Rio Lisboa. Os geradores utilizados no Boom funcionam com óleo vegetal usado, recolhido nas freguesias do concelho de Idanha-a-Nova e as casas de banho utilizam um sistema de compostagem que dispensa o uso de água.
Autor
Notícias da Covilhã
Palavras-Chave
Festival / Boom / cerca / pessoas / Branco / Castelo / Termina / Lombo / Boombar / Herdade
Entidades
Maria Alzira Serrasqueiro / Rui Esteves / Artur Mendes / Comando Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco / CDOS
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