Manifesto contra fusão do município

2011-03-30

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Belmonte contra agregação.
Contra a teoria de que os municípios são gastadores e por isso devem ser agregados ou fundidos numa visão de contenção orçamental. É este o teor de um manifesto lido na última reunião pública do executivo belmontense, no passado dia 16, pelo vice-presidente da autarquia, David Canelo, que criticou o aparecimento de "iluminados" a advogarem o encerramento de municípios.
Lembrando a crise, a contenção orçamental e a discutida reorganização administrativa do País, com caminho aberto para a extinção de freguesias ou municípios, David Canelo lembrou que nem todas as câmaras são gastadoras e que tal medida também se traduziria em mais despedimentos, em mais desemprego, em mais miséria e no fim de um trabalho de proximidade e protecção às populações. "Não se nega que, provavelmente, o poder concedido aos municípios tivesse sido, em alguns casos, excessivo, o que permitiu gasto supérfluos, e por vezes pouco comedidos. Mas daí a afirmar-se que têm de fechar portas para que se reduza o défice nacional vai uma grande distância" afirma o vice-presidente da autarquia, que sugere antes, por exemplo, o fim dos governos civis, "que é de consenso nacional não servirem para nada" e que são apenas "sorvedouros de dinheiro púbico". Ou até o fim de muitos institutos públicos "sem utilidade e despesistas".
David Canelo lembra que no actual contexto Belmonte, um município pequeno, dos mais pequenos do País, pode estar perante uma situação "emergente" de ser confrontado perante a possibilidade de uma fusão ou agregação, algo que "temos que travar". Até porque, recorda, Belmonte é um concelho "grande" em termos históricos e o País já resistiu "a outras bancarrotas" na sua história e "sobreviveu", pelo que não poderá ser a actual crise "a poder acabar com o concelho e a sua memória". "Não serão políticos efémeros a proporem o fim de uma história rica em factos" afirma David Canelo.