Nas comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, Vítor Pereira lembra as conquistas da cidade, em diversas áreas, como a saúde ou ensino.
"A leitura política do passado não é pretexto nem para perseguições, nem para branqueamentos. O interesse do município prevalecerá como único critério de avaliação das medidas com impacto no nosso destino colectivo". Esta foi uma das promessas deixadas na passada sexta-feira, 25, pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, no discurso comemorativa dos 40 anos do 25 de Abril, no salão nobre da autarquia.
Num discurso extenso, o autarca lembrou as conquistas da cidade e concelho, nos últimos anos, mas também as "nuvens negras" que têm ameaçado alguns dos direitos adquiridos após a Revolução dos Cravos, como o poder local, que entende ter sido a "concretização do 25 de Abril numa dimensão de proximidade."
O autarca garante que lutará contra "todas as tentativas que ponham em causa a dignidade do concelho e das freguesias" e disse que apesar dos tempos de crise é preciso "insistir" no legado deixado pelo Dia da Liberdade, que "valeu a pena". Vítor Pereira recorda que nestes 40 anos, o isolamento do Interior, face a vários investimentos, como a rede viária, diminuiu, e critica o Governo por hoje apenas aplicar a tese do "despesismo inútil e antieconómico". "Foi o Estado Social que abriu estradas, escolas, centros de saúde" lembra o autarca que sabe que os cidadãos do Interior sabem bem do que se fala quando se diz que Abril abriu portas.
O ataque ao poder local acabou por ser o principal foco de crítica do presidente da Câmara. "Um espaço muitas vezes ignorado e ultimamente, mal compreendido", mas que infraestruturou aldeias, vilas e cidades. Vítor Pereira diz que "muitas nuvens se abatem sobre as nossas conquistas" e que estas celebrações ocorrem num contexto de "gravidade" para o poder local. Com câmaras e juntas serem alvos de "uma acusação generalizada de despesismo estatal". Porém, afirma, não é um luxo manter a presença descentralizada do Estado de modo a desenvolver o Interior, para onde pede obras como a construção do IC6 para Coimbra e Linha da Beira Baixa. Vítor Pereira critica os critérios "economicistas" que têm levado ao fecho de serviços de vária ordem, na região, e lamenta o "ambiente político claramente desfavorável às populações do Interior".
(Artigo completo na edição papel)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Pereira / Vítor / Abril / Interior / conquistas / autarca / ensino / perseguições / branqueamentos / Câmara
Entidades
Vítor Pereira / 25 de Abril / Revolução dos Cravos / Abril / Câmara da Covilhã
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