Candidatos à RTP mostram a vila que muitos nunca viram

2011-06-15

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Jovens estagiários produzem reportagem.
No pequeno café Salcedas, sexta-feira, 10, de manhã, há três jovens que não estão a gozar o feriado do 10 de Junho- Dia de Portugal. Estão empenhados a trabalhar, até porque, dentro de algumas horas, voltam a casa. Entrevistam a dona Luísa, proprietária do estabelecimento, que conta a "lenda de Belmonte". Já outros o fizeram. E ao longo da semana passada, muita gente contou as histórias, as curiosidades, as virtudes e riquezas da Terra de Cabral a estes dois jovens (Ana Luísa e Mário Carneiro) que lutam por, no futuro, poderem ser parte integrante das equipas de informação da RTP.
De facto, durante alguns dias, estes dois candidatos a jornalistas filmaram o projecto "O País que eu nunca vi", que se baseia na história de Portugal, de Norte a Sul, com incidência no que é rural. Em cada episódio estes dois jovens prometem levar o telespectador a um lugar único, "sempre verdadeiramente português." A ideia, dizem na sua página no Facebook, "é despertar a vontade de explorar estes locais que tantos segredos e histórias guardam, mas que até agora ficaram por conhecer e nunca ultrapassaram a pequena fronteira naturalmente imposta." Nos dias em que andaram pelas ruas de Belmonte despertaram curiosidade e, sempre se iam ouvindo os mais velhos dizerem que "andam ali os da RTP a filmarem Belmonte". E porquê Belmonte, para episódios do projecto, perguntamos. "O meu pai deu-me a dica para vir cá. Ele já conhecia e disse que tinha muito conteúdo. O que acabamos por confirmar. Belmonte é muito rico pela sua história e cultura e por isso foi escolhido. Não é só a Terra de Pedro Álvares Cabral. Tem muito mais coisas, logo a começar pela Comunidade Judaica, uma das mais significativas e importantes do País" explica Ana Luísa, que diz ter sido "muito bem recebida" por toda a gente, até por quem, à partida, se tem mais dúvida. "Sentimos muita receptividade. Desde a Câmara à população em geral e até os judeus, que alguns nos diziam ser muito fechados, nos acolheram muito bem" afirma. "O País que eu nunca vi" é um dos 67 finalistas da Academia da RTP, ao qual concorreram 1255 projectos. O projecto 362 passou o primeiro crivo de selecção e, agora, nestes noves meses de estágio que os jovens desenvolvem na televisão estatal irá tentar estar entre os melhores. "Alguns projectos vão acabar por morrer. Mas esperamos que isso não aconteça a Belmonte" afirma Mário, que confia que este "filme" irá ser do agrado da RTP.
A Academia RTP surge, segundo a emissora, com o objectivo de criar "novos valores para o mercado, desenvolver projectos inovadores" e tem, numa primeira fase, a recruta de 100 estagiários que durante nove meses tentam "dar o seu melhor num programa de estágio enriquecedor e exigente." Ana Luísa e Mário, no final, esperam esta entre os melhores. "Acreditamos que a variedade dos 67 projectos seleccionados, do total dos 1255 projectos candidatos, representam o verdadeiro espírito da Academia RTP, assim como, o reconhecimento da RTP como empresa de conhecimento e formação na área dos media". Os dois jovens também acreditam nisso. E mais: acreditam que este filme sobre este Belmonte que muitos nunca viram irá chegar ao grande ecrã. Se assim não for, pelo menos na Internet ele estará. "Em Julho" promete Ana Luísa.