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Automotora é muito cara

2011-11-30

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União dos Sindicatos contesta preços praticados na automotora de ligação a Lisboa. E diz que assim é impossível rentabilizar a Linha da Beira Baixa.

Viajar em segunda classe, na automotora que liga a Covilhã a Lisboa, custa 18 euros e meio. Se for até Castelo Branco, 10 euros. Ou seja, qualquer coisa como 16 cêntimos por quilómetro para a capital de distrito e cinco cêntimos para a capital portuguesa. "Como é possível rentabilizar um serviço destes que penaliza tanto os utentes, em termos de preço, sobretudo na circulação no próprio distrito?" pergunta Luís Garra, coordenador da União de Sindicatos de Castelo Branco, que na passada semana promoveu na estação da Covilhã uma acção em defesa do Intercidades e pela conclusão das obras na Linha da Beira Baixa, até à Guarda.
Mas o que esteve mais em foco foram sobretudo as novas automotoras, que entraram ao serviço a 1 de Novembro substituindo as tradicionais composições com carruagens do Intercidades. Na estação, pouca gente. Jornalistas, sindicalistas e um ou outro passageiro. À conversa com o NC, um diz-nos que costumava andar no Intercidades, mas que ainda não experimentou as novas composições. "Falam mal delas, mas não me parecem más" diz. Porém, assegura que no futuro pensa mesmo mudar para os autocarros, porque "é mais barato". E de facto, com diz a União, é fácil comparar preços, até nos sítios online de CP e Rede Expresso. No comboio, 18 euros e meio, em segunda classe. No autocarro, ir e vir da capital, custa 24.
A União dos Sindicatos contesta estes preços, sobretudo porque o serviço "já não é o mesmo" diz Luís Garra, que lembra que com a passagem para as automotoras se perdeu "conforto". O dirigente sindical não tem dúvidas que "querem aniquilar a Linha completamente. Querem fazer as pessoas irem por estrada para darem cobertura aos contratos que têm com as concessionárias" afirma. Falando num Governo que serve os interesses dos "corruptos, ladrões e chulos".
Reclamado metro de superfície entre Guarda e Castelo Branco
Num documento entregue aos jornalistas, Luís Garra defendeu que o serviço Intercidades voltasse a ser feito por comboios, em vez de automotoras, nas quais a União dos Sindicatos viajou até Castelo Branco. No fim do percurso, a USCB concluiu "que se perde qualidade, conforto e rapidez" com medidas que considerou que "afastam ainda mais as pessoas do transporte ferroviário". A resolução apresentada pelos sindicalistas defende que se mantenha "o serviço de Intercidades em comboio", com "reajustamento do horário, criando alternativas aos transportes rodoviários". O documento pede ainda "a electrificação integral e a requalificação da via entre a Covilhã e a Guarda". Num ponto mais ambicioso, a USCB reivindica também a criação de um metro de superfície entre Guarda, Belmonte, Covilhã, Fundão e Castelo Branco para "rentabilizar as infra-estruturas ferroviárias do distrito e aumentar a oferta de transportes".
A electrificação da Linha da Beira Baixa entre Castelo Branco e Covilhã foi inaugurada em 31 de Julho e em Novembro a CP substituiu os comboios com locomotiva e carruagens por automotoras interurbanas adaptadas. A associação de Amigos da Linha criticou a utilização daquele material num serviço de longo curso, mas a CP argumentou com uma poupança de 1,5 milhões de euros por ano com a medida. Para Norte, entre a Covilhã e a Guarda, o mato já tomou conta da linha. Os comboios deixaram de circular entre as duas cidades, em Fevereiro de 2009, para renovação da via com 120 anos de idade mas, após o investimento em pontes, túneis e 10 quilómetros de linha, a REFER admitiu aguardar agora por verbas para concluir as obras.
Ultimamente, muitas têm sido as opiniões de partidos políticos sobre esta temática. Por exemplo, o deputado social-democrata pelo distrito na Assembleia da República, Carlos São Martinho, terá dito que após a crise, e a austeridade, um dia o serviço na linha voltaria ao normal. Para Luís Garra, apenas palavras para "enganar papalvos" e "distrair o povo". Para a JS de Castelo Branco, um discurso "mais passista que o Passos".



Autor
João Alves

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
Castelo / Branco / Linha / Covilhã / União / Intercidades / Lisboa / serviço / Guarda / Sindicatos

Entidades
Luís Garra / Carlos São Martinho / Automotora / União dos Sindicatos / União de Sindicatos de Castelo Branco

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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