Câmara quer que trabalho meritório do CHCB seja reconhecido.
O vereador da Câmara da Covilhã, Pedro Silva, garantiu na passada sexta-feira, 4, no Hospital Pêro da Covilhã, onde decorreu no fim-de-semana o sexto congresso médico daquela unidade hospitalar, que a autarquia continua empenhada em "pugnar junto do Governo" para que o Centro Hospitalar da Cova da Beira ganhe o estatuto de "hospital central".
Segundo o autarca, o bom trabalho feito naquela unidade justifica esta opção. "Há que dar a devida importância e valor a quem o tem" afirma Pedro Silva. Recorde-se que em Abril de 2010, durante as comemorações do dia 25, o presidente da Câmara, Carlos Pinto, perguntou, de forma público, "de que é que o Governo está à espera para criar um hospital central? Está à espera de não desagradar às câmaras socialistas da Guarda e Castelo Branco?", questionava o autarca. Abordado sobre essa pretensão de Carlos Pinto, no mesmo dia, João Casteleiro, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Cova da Beira mostrava-se satisfeito com a preocupação do autarca com a área da saúde. "É bom ter presidentes reivindicativos", referia o cirurgião. Que acentuava que as unidades que dirige devem ser reconhecidas, nomeadamente na sua vertente de hospital universitário. Se o Centro Hospitalar Cova da Beira, que engloba os hospitais do Fundão e Covilhã, passasse a central, teria acesso a mais verbas e evitaria a deslocação de alguns doentes que têm de fazer alguns tratamentos noutras zonas do País. Mas acentua que essa é uma decisão "política".
Durante o congresso, na sexta-feira, João Casteleiro voltou a mostrar números que tornam o CHCB uma "unidade de excelência". O médico elogia a multidisciplinaridade que ali existe, o facto de ter aumentado o quadro de médicos, o número de estágios realizados em 2010 (mais de 600), as diversas valências e serviços oferecidos, que "ainda muita gente desconhece". No que toca a consultas realizadas, têm subido desde 2000, estando agora nas 110 mil por ano, mas por outro lado as consultas em urgência têm diminuído, estando agora nas 90 mil por dia. Quanto ao grau de satisfação dos utentes, diz, dos inquéritos realizados pelo hospital, cifra-se em cerca de 90 a 95 por cento. Ou seja, "também temos qualidade no Interior. O pior é que quando têm que cortar é sempre perto da fronteira" queixa-se Casteleiro.
Crise pode levar médicos a emigrar
Presente na cerimónia, Fernando Gomes, da secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, lançou o alerta: a crise, o orçamento de Estado e as suas medidas no que toca às carreiras podem levar alguns médicos a emigrarem. "Para os médicos não se anunciam coisas muito positivas. As carreiras sofreram uma grande volta com os contratos individuais de trabalho" afirma, dizendo que não com conflitos que em tempo de crise se encontram soluções. "Há uma grande desmotivação. Com os contratos individuais de trabalho, alguns médicos perderam as condições que as unidades de saúde lhes haviam prometido. Estou convencido que há uma geração de médicos que vai emigrar, pois cá as condições são muito más" afirma, dizendo ser uma "falácia" falar em ordenados milionários neste sector. "Os médicos estão na classe média, média baixa" assegura.
Com tudo isto, Fernando Gomes considera ser um "risco muito grande" haver esta hipótese de fuga para o estrangeiro, pois no actual quadro "os médicos mais velhos também vão antecipar as reformas".
Autor
João Alves
Palavras-Chave
médicos / hospital / Centro / hospitalar / Covilhã / Pêro / Silva / Câmara / Pedro / Cova
Entidades
Pedro Silva / Carlos Pinto / João Casteleiro / Fernando Gomes / Castelo Branco
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