O II Encontro de Aeromodelismo, no último sábado, contou com cerca de 30 participantes que vieram mostrar as manobras que conseguem fazer com os aviões em miniatura.
Quando Carlos Seabra, de 53 anos, se começou a interessar pelo aeromodelismo, tudo era muito diferente. Não havia modelos à venda. Quem queria, tinha de os construir, "numa altura em que não havia internet para consultar". O rádio controlo com que agora todos operam também não era usado. "Na altura, em 1972, falava-se em voo livre e circular", recorda.
"A modalidade evoluiu exponencialmente, de uma forma brutal, teve uma implantação muito grande", constata o entusiasta da aviação em miniatura, que no último sábado veio propositadamente de Mira para participar no II Encontro de Aeromodelismo da Covilhã, organizado pelo AeroUBI, Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior.
Durante todo o dia, e debaixo de um sol tórrido, cerca de 30 participantes mostraram as suas habilidades a manobrar a meia centena de modelos presentes. Uma iniciativa que Robert Gonçalves, da organização, diz visar "o convívio, incentivar o desenvolvimento da modalidade e aprender com quem sabe mais".
Para Carlos Seabra ao convívio alia-se o passeio à região. Acabado de aterrar o avião amarelo, depois de ter surpreendido com algumas manobras mais arriscadas que garante estarem controladas, e enquanto faz a manutenção do aparelho, diz que também vem para ver aquilo que os outros têm para mostrar.
"Não preciso ir ao psiquiatra, isto é a minha terapia"
Paulo Couto, de 35 anos, veio de Montemor-o-Novo para estar em contacto com quem tem o mesmo passatempo e evoluir. "Cada um tem a sua maneira de voar, a sua técnica, e gosto de ouvir os conselhos, as opiniões dos outros", sublinha. Aeromodelista há apenas um ano, é quem consegue chamar mais a atenção na pista, com o helicóptero com que se apresenta. O modelo de cabeça para o ar e as hélices e a um palmo da pista de terra batida dão a ideia de que a qualquer momento o acidente está iminente, mas a exibição termina com o aparelho inteiro e ao som de palmas.
O maior número de funções de um helicóptero fê-lo descartar os aviões, mas os consumos não são baixos. Ao lado, tem um garrafão que lhe custou 30 euros e dá no máximo para seis voos.
Para começar na modalidade é preciso investir cerca de 300 euros num modelo e num comando. Segundo Carlos Seabra, já foi uma modalidade muito cara, mas os preços têm vindo a baixar na última década, "desde a entrada da China neste mercado".
No seu caso, confessa que ao longo de quatro décadas já gastou muito dinheiro, embora considere que foi bem investido. "Não preciso ir ao psiquiatra, porque isto é a minha terapia", salienta.
(Reportagem completa na edição em papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Aeromodelismo / Carlos / Seabra / Encontro / modalidade / cerca / Brinquedos / contou / diferente / preciso
Entidades
Carlos Seabra / Robert Gonçalves / Paulo Couto / AeroUBI / Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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