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As troicas e os feitos

2011-05-18

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O actual memorando da Troica é um autêntico atestado de incompetência à classe política.
Como foi possível chegar a este estado, à beira da bancarrota? Quem é que conduziu o País a esta situação humilhante de "quase" suspensão da democracia?
O actual memorando da Troica é um autêntico atestado de incompetência à classe política. que não conseguiu construir as soluções que o País precisa. A responsabilidade política acabou arquivada num jogo dos interesses pessoais. Tudo começou com uma troica de PECs que foram consumindo medidas atrás de medidas sem os resultados que o País necessitava. E nesta gestão por impulsos atingimos mais um "rascunho" a que pomposamente se chamou PEC4.Apenas mais do mesmo, isto é, uma listagem de ideias /medidas avulsas sem qualquer calendarização no tempo, sem apresentação especificada de impactos financeiros e principalmente sem qualquer controlo mensal ou trimestral. De facto nunca foi apresentado qualquer relatório dos vários PECs para que se pudesse aferir da bondade dos resultados conseguidos.
E eis que à beira do precipício, quando não havia mais capital para continuar a financiar o novo riquismo do Estado, entra em jogo a troica do nosso descontentamento. Agora temos um "PEC DURO" que "nacionalizou" uma boa parte dos rendimentos pessoais e familiares e desta forma vai limpar à classe media, em prestações diárias, o 13º e até o14º mês.Com a subida generalizada de impostos e com o aumento do custo de vida é só fazer as contas e ficarão a saber que quando os tais subsídios, que normalmente associamos às férias e ao Natal, chegarem já foram sugados ao longo dos meses. Cada troica que aparece vai comer sempre ao mesmo sítio. Vamos a ver se a troica do arco governamental se entende e consegue levar esta nau encalhada a porto seguro. A troica do euro deixou um PEC, sério e muito desagradável, tipo trabalho de casa, para executar sem desculpas.
Em quatro páginas estão descritas medidas concretas. Pela primeira vez há um programa calendarizado por trimestres com entidades responsáveis pela execução das medidas, impactos financeiros bem específicos, um sistema de avaliação que exige relatórios escritos onde de, forma clara, se apresentem os resultados obtidos e respectivos impactos.
Estamos na mão dos nossos credores que para nos entregarem os euros do nosso contentamento exigem prestação de contas regulares e certas, sem truques nem aldrabices. A realidade é que os programas eleitorais que os diferentes partidos têm apresentado têm sido apenas longas listas de ideias políticas que tudo prometem, mas apenas conduziram à actual penúria. Será que a classe dirigente, quando olha para este PEC, cheio de profissionalismo, feito em três semanas por tecnocratas que não brincam em serviço, não se sente incomodada? Não custa nada aprender com quem sabe. O tempo é de "novas oportunidades" para a classe política. Dizia quem sabe, que entre o Estado e o "diabólico" FMI existiam dez milhões de pessoas..Agora a coisa parece ser mais simpática e entre o Estado e o "angélico" FMI passaram a existir 78 mil milhões de euros. Vale a pena recordar que nos últimos 6 anos a dívida pública cresceu cerca de 80 mil milhões de euros, valor semelhante ao que foi alcançado em cerca de 23 anos de governação PSD (55 mil milhões) e PS/Mário Soares e Guterres (31 mil milhões).Naturalmente que um futuro melhor pode estar ao nosso alcance. Será que a troica do arco governamental tem poder e conhecimento para fazer o trabalho de casa? De três em três meses o PEC vai ser avaliado. Precisam-se de soluções concretas e de capacidades para as implantar. Pela primeira vez vamos passar a saber os resultados do desempenho dos nossos governantes. A diferença é enorme pois acabaram as desculpas. Em caso de incumprimento não há euros para ninguém. Felizmente para todos, neste caso, o responsável tem finalmente ..nome !



Autor
José Vicente Ferreira

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
Troica / País / estado / classe / política / PEC / milhões / medidas / actual / resultados

Entidades
Dizia / Mário Soares / Guterres / FMI / PSD

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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