Conferências quaresmais debatem crise

2011-03-16

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Padre Manuel Morujão é o primeiro orador convidado.
Discutir a crise numa perspectiva optimista, trocar ideias com gente especializada em diferentes áreas e procurar caminhos que dêem esperança e ajudem a apontar soluções e oportunidades. São estes os grandes objectivos de mais uma edição das Conferências Quaresmais, que este ano incidem no tema "Oportunidades da Crise" e têm início na próxima sexta-feira, 18, no anfiteatro das sessões solenes da Universidade da Beira Interior, às 21h, com a presença do padre Manuel Morujão, que falará sobre as "Oportunidades do Diálogo Fé e Cultura".

Até 8 de Abril, às sextas-feiras, passarão ainda pela Covilhã Manuel Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica, Manuela Silva, membro do governo de Maria de Lurdes Pintassilgo e ex-presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, Vítor Feytor Pinto, coordenador nacional da Pastoral da Saúde e D. Manuel Felício, Bispo da Guarda.

"Queremos abrir horizontes. Abordar as oportunidades que é preciso encontrar para que a crise não esmague as pessoas", sublinha Fernando Brito, director do Centro Cultural e Social da Covilhã, que em parceria com a capelania da Universidade da Beira Interior organiza estas jornadas.

Na quarta edição, pretendeu-se este ano "dar um salto qualitativo" nas Conferências Quaresmais, ao "abri-la a mais camadas" e convidar um grupo de pessoas de várias áreas, ligadas à organização, para reflectir sobre o tema proposto. O convite a personalidades destacadas da sociedade portuguesa foi outra forma de dar outra dimensão a este ciclo de conferências.

"Fortalecer a esperança e abrir caminhos"
"Queremos aprofundar as oportunidades que a crise provoca, não apenas na vertente económica, mas também na social, nos valores", realça o arcipreste da Covilhã. "A nossa intenção é fortalecer a esperança e abrir caminhos também à própria Igreja", acrescenta Fernando Brito, para quem a Igreja não deve estar contra nem ao lado do mundo, mas "dentro do mundo"

"Aquilo que nos interessa é procurar oportunidades", reforça Henrique Santos, capelão da UBI. "Procurarmos ver que pontes podemos estabelecer para ultrapassar a crise, que não é só económica", reforça o também pároco de São José.

"Ao abordar determinados temas, isso dará oportunidade de fazer questões, trocar opiniões, e isso pode ajudar em aspectos concretos", acentua Henrique Santos, confiante que as Conferências Quaresmais podem ter resultados práticos.

Na óptica do capelão, a crise económica está instalada e irá gerar outras crises. "É preciso consciencializar para agir. Não se pode continuar a viver como se os problemas não existissem", salienta.

Embora admita que há muito por fazer e espere ouvir sugestões por parte de quem participar na iniciativa, Fernando Brito afirma que "a Igreja está no terreno, conhece as realidades". Uma ideia vincada por Henrique Santos: "A Igreja sempre esteve na linha da frente no combate às crises. Existe uma rede que dá resposta a milhares de casos. Se tirássemos a igreja da sociedade, seria o caos".