Grupo "O 6 de Setembro" lança alerta.
O Grupo de Amigos da Linha da Beira Baixa, "O 6 de Setembro", avisa, em carta já enviada ao presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, que a CP terá intenções de acabar com o serviço de comboios Intercidades até à Covilhã.
Numa missiva assinada por António Pinto Pires, membro do "6 de Setembro", este diz que as perspectivas que se esperam para a Linha da Beira Baixa "não são boas" segundo algumas notícias que Grupo tem conseguido apurar. "De acordo com informações recolhidas de fonte segura junto de elementos da CP constitui intenção desta empresa proceder à eliminação do serviço dos comboios Intercidades, pelo menos até à Covilhã, tal como sucedeu recentemente na linha do Alentejo até Beja" avisa Pinto Pires, que explica que com a entrada em funcionameno do serviço de tração eléctrica para Maio do presente ano, "prevê a CP colocar em funcionamento as actuais UTE Unidades Triplas Eléctricas, criando assim um serviço inter-regional terminando com os actuais comboios de máquinas e carruagens até à Covilhã." Os Amigos da Linha da Beira Baixa referem, contudo, que a entrada em serviço das referidas UTE´s "não consitutui uma mais-valia para o conforto de passageiros uma vez que este tipo de material foi concebido para percursos sub-urbanos, que não devam exceder uma hora, e não para longo curso." E denunciam que a CP "disponibiliza este material recentemente remodelado para o serviço suburbano porque o tem em excesso, devido a um erro de planificação aquando da sua remodelação uma vez que algumas das unidades daquele parque motor poderiam ter sido adaptadas ao serviço de longo curso."
O "6 de Setembro" lembra que o serviço Covilhã-Lisboa tem características de longo curso e o material referido "não dispõe das características de conforto para uma viagem de maior duração, não obstante a CP estar a introduzir está prática em algumas linhas, em situações ocasionais, no nosso entender incorrecto." Um serviço de passageiros longo curso exige, dizem, conforto, "como aliás sucedeu recentemente na linha do Douro em que a mesma foi dotada de automotoras adequadas, apesar de adquiridas em segunda mão a Espanha, com assentos personalizados e o mínimo de condições para o serviço exigido." O Grupo admite que haja reajustamentos nos serviços prestados e que as referidas automotoras possam na verdade ser adstritas a serviços inter-regionais, "mas longo curso e substituição dos Intercidades constitui a negação do valor e importância que assume uma linha como a da Beira Baixa."
Apesar de tudo, o "6 de Setembro" admite que não sejam necessários os actuais três comboios realizados em cada sentido e que "um deles possa na verdade ser repensado, mas a integral eliminação dos inter-cidades, constitui um erro irreparável. Tal atitude não deixa de constituir uma contradição após tantos investimentos na "modernização" da linha ao mesmo tempo que se colocam preocupações e interrogações no que se refere às ligações Covilhã - Guarda."
Pinto Pires diz que já referiu diversas vezes que é fundamental "revitalizar integralmente este troço para que a Covilhã seja transformada num pólo gerador de tráfego tanto para Norte com para Sul. Não faz qualquer sentido este divórcio entre linha da Beira Alta e Beira Baixa. A exploração ferroviária por parte da CP / Refer deviam prever num curto prazo esta questão pelo respeito e dignidade que as localidades de Belmonte, Covilhã Fundão e Castelo Branco exigem." E diz que estas medidas, a serem tomadas, serão "uma enorme afronta aos interesses das nossas populações."
Na passada semana, durante a greve da CP, houve cancelamento de comboios Intercidades para alguns destinos, entre os quais a Guarda e a Covilhã. Segundo alguns jornais, a electrificação total da Linha da Beira Baixa estará concluída no Verão.
O NC já pediu esclarecimentos à CP, mas até agora ainda não obteve resposta.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Beira / Linha / serviço / Covilhã / Setembro / Baixa / Pinto / Intercidades / Pires / curso
Entidades
Carlos Pinto / António Pinto Pires / Pinto Pires / Grupo / CP
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