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O Bispo que até na guerra era respeitado

2011-06-29

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D.José Garcia homenageado a título póstumo.

"Um homem que conseguiu que a Igreja passasse sem macula entre as balas da Frelimo e do Exército português". Foi assim que Luís Salgado Matos, da Universidade de Lisboa, em poucas palavras, sintetizou a imagem de D.José dos Santos Garcia, o Bispo de Porto Amélia, em Moçambique, que foi homenageado a título póstumo pela Câmara da Covilhã no passado dia 21, no salão nobre da autarquia. Um dia que serviu também de apresentação do livro "D.José dos Santos Garcia, 1º Bispo de Porto Amélia", da autoria de Aires Nascimento.
D.José Garcia, para muitos, tão só, o "bispo das Barbas" de Aldeia de Souto, aldeia na qual nasceu a 16 de Abril de 1913, depois de efectuar os seus estudos para missionário em Tomar e Cucujães, foi professor em Cernache do Bonjardim até 1945, ano no qual, em Dezembro, chegou a Moçambique para deixar uma obra física e espiritual que ainda hoje perdura e é amplamente reconhecida. Mesmo apesar da guerra. Chegou à Diocese de Nampula, começou a trabalhar na Missão de Santo António de Unango e na Missão de Mutuáli. Em Abril de 1957 o Papa Pio XII nomeia-o para Bispo da Diocese de Porto Amélia e a 16 de Junho desse ano é sagrado bispo na catedral de Nampula. Deixando naquela zona muitas missões, criando seminários, colégios, liceu, ordens religiosas e toda uma obra física, bem como humana, muito reconhecida. Para Luís Salgado Matos, um homem "rural", "português" e um "missionário", que constituiu "uma nova forma de viver nas aldeias", onde deixou bases à agricultura e à construção civil, naquele povo africano.
Já o autor do livro que foi apresentado, Aires Nascimento, emocionado lembrou a pessoa "concreta e real" que D.José era, que teve sempre "a noção do quotidiano, lançou as sementes e deu-lhes tempo de maturação". Uma pessoa "forte", que "construiu uma Igreja" e que "não era apenas um pastor, mas sim um pai da fé".
Já o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, recorda o papel do Bispo na sua terra natal, Aldeia de Souto, onde mesmo já com a saúde debilitada fazia força para a realização de algumas obras. "Era uma pessoa ternurenta que prestigiou o concelho" diz o autarca, que lembra a "figura de distinção" que "defendeu valores e identificou caminhos para seguir". "Há pessoas que permanecem sempre, independentemente da sua presença física" afirma Pinto, que diz que com esta homenagem "cumprimos a obrigação de difundir o seu exemplo".



Autor
João Alves

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
Bispo / Garcia / D.José / Porto / Amélia / Frelimo / Exército / Santos / título / Aldeia

Entidades
D.José Garcia / Luís Salgado Matos / D.José dos Santos Garcia / Aires Nascimento / Papa Pio XII

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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