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Faleceu o Bispo de Aldeia de Souto

2010-12-15

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D.José dos Santos Garcia tinha 97 anos.

Faleceu no passado sábado, 11, aos 97 anos de idade, D. José dos Santos Garcia, bispo emérito de Porto Amélia (Pemba), em Moçambique.
D. José Garcia nasceu na Aldeia do Souto, Covilhã, a 16 de Abril de 1913. Foi ordenado presbítero a 25 de Julho de 1938. Tendo sido nomeado bispo de Porto Amélia (Pemba), em Moçambique, foi ordenado Bispo, em Nampula, a 16 de Junho de 1957. A Missa exequial teve lugar na segunda-feira, 13, na Igreja Paroquial de Cucujães, Oliveira de Azeméis, que fica ao lado do Seminário das Missões.
No passado dia 12 de Maio, o falecido bispo participou nas Vésperas com Bento XVI tento oportunidade de o saudar pessoalmente e de receber a sua bênção no fim a celebração na Igreja da Santíssima Trindade, Fátima.
D. José Garcia esteve nestes últimos dias no Seminário da Imaculada Conceição da Guarda tendo sido levado para Cucujães nas últimas horas da sua vida.
D. José dos Santos Garcia trabalhou, enquanto jovem padre, nos seminários de Portugal. Foi enviado, em 1955, para Moçambique, onde chegou a 31 de Dezembro. Na antiga colónia portuguesa foi um grande obreiro da "Missão do Mutuáli", Diocese de Nampula, onde construiu a Igreja, internatos masculino e feminino e centro de saúde. D. José recordava-se que foi professor dos "primeiros padres nativos daquele país". E acentuou: "a Missão de Mutuáli foi classificada, por dois inspectores, como a mais pobre de Moçambique".
Nomeado Bispo de Porto Amélia, hoje Pemba, em 1957, promoveu uma pastoral planeada em que eram prioridades a formação do clero, dos leigos e de religiosas moçambicanas. Para isso criou os Seminários, a Escola de Professores Catequistas e a primeira congregação religiosa de Moçambique, Filhas do Coração Imaculado de Maria. "Recordo com saudade aqueles tempos" - afirmava o prelado. Promoveu a evangelização e dotou as missões de esmerada estrutura. Sofreu com a divisão da sua diocese nos tempos da luta pela independência quando não podia visitar todos os cristãos. Voltando a Portugal em 1974, colaborou com a Diocese da Guarda naquilo que lhe foi pedido e ele faz questão de destacar as "aulas de missionologia aos seminaristas". Veio "muito doente de África" e "ajudava naquilo que podia".
Depois dos 85 anos dedicou-se a reformar a Igreja e as capelas da sua terra natal, Aldeia do Souto e a escrever livros: «Alicerce e Construção duma Igreja Africana»; «Diário do Mutuáli»; «Evangelização de Cabo Delgado» e «Notas para a História da Paróquia de Aldeia do Souto». Este dois últimos foram oferecidos aos amigos no dia da festa dos 90 anos. Além de reflexões pessoais, os três primeiros são documentos para história da Igreja em Moçambique.
Em Outubro de 2006, nas celebrações do dia da cidade da Covilhã, a edilidade local concedeu-lhe a medalha de ouro da cidade. Homenagens justas ao "homem das longas barbas brancas" que deixou saudades em terras africanas.



Autor
Notícias da Covilhã

Categoria
Secções Religião

Palavras-Chave
Aldeia / Souto / Moçambique / Garcia / Bispo / Faleceu / Igreja / José / Amélia / Porto

Entidades
D.José dos Santos Garcia / D. José dos Santos Garcia / D. José Garcia / Fátima / D. José

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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