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Jovens músicos do Mundo na Covilhã

2011-04-16

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De 17 a 21 de Abril, no Concusro Júlio Cardona.

São 67 os concorrentes, provenientes de 28 países, que entre os dias 17 e 21 de Abril vão fazer ouvir na Covilhã os sons do violino e do violoncelo na oitava edição do Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona.

O local é uma das novidades. Porque se previa que nesta altura o Teatro-Cine estivesse em obras, o concurso acabou por ser programado para os auditórios da Escola Profissional de Artes da Beira Interior e da Faculdade de Ciências da Saúde. Mas a principal alteração prende-se com extinção da categoria B, para jovens até aos 18 anos, e a inscrição de músicos indiscriminadamente até aos 30.

A decisão, explica Campos Costa, da organização, a delegação covilhanense da Juventude Musical Portuguesa, está relacionada com restrições financeiras, que obrigaram a fazer opções. "Os mais jovens vão ter dificuldade, mas alguns atreveram-se", salienta o maestro, para quem a redução do concurso "não o desvirtua". "Não significa que tenha menos qualidade, pelo contrário. Quem se inscreveu é porque está preparado para um concurso desta natureza", frisa.

Os participantes têm pela frente "um programa exigente" que logo na primeira prova de selecção obriga a executar suites, sonatas e partitas de Bach. "Não pomos facilidades nas primeiras provas. Já sabem que vêm para uma coisa séria que elimina logo na primeira fase os participantes mal preparados", refere Campos Costa.

Beethoven, Shostakovich, Schubert, Schumann e Tchaikowsky são os compositores escolhidos para a segunda prova de selecção, que decorre a 20 de Abril, com o acompanhamento ao piano assegurado pela polaca Anna Tomasik e pela francesa Verena Louis.

"São pessoas altamente preparadas"
Já a peça obrigatória, sempre de um autor português, é de Joly Braga Santos e espera-se que a filha venha assistir. "Os participantes são obrigados a preparar-se especificamente para o concurso", nota Campos Costa, satisfeito por perceber que essas peças não são esquecidas pelos concorrentes. "No último foi Luís Freitas Branco que fez sucesso no Japão, onde a vencedora divulgou a peça. Entretanto, já nos pediu mais partituras", conta o maestro.

As provas finais estão agendadas para o dia 21, com a participação da Orquestra Proclássica, da Covilhã, composta por 35 elementos, que tem a particularidade de incluir nas suas fileiras vários antigos participantes no Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona.

No mesmo dia, às 21h, no auditório da FCS, tem início o habitual concerto de encerramento, com o recital dos músicos premiados.

Durante os cinco dias é previsível ouvir na cidade executantes de grande qualidade. "Eu fico admirado com o currículo dos participantes, são pessoas altamente preparadas, sabem o que é vir a um concurso com este prestígio", sublinha Campos Costa.

Portugal apresenta o maior contingente de concorrentes, 15 no total. Segue-se a Alemanha, com 7 representantes, e a Espanha e a França, com seis, mas há concorrentes de todas as partes do globo, da Argentina e Brasil ao Canadá, Cuba ou México, da Ucrânia e Taiwan à Rússia e Nova Zelândia. Uma afluência que surpreende ainda mais quando se percebe através do boletim da Federação Musical de Concursos Internacionais que a competição realizada na Covilhã é o que oferece prémios monetários menos significativos. Os vencedores nas duas categorias recebem 2500 euros e o segundo 1250. "Vêm por causa do prestígio", interpreta o maestro Campos Costa. Outra particularidade está na oferta da alimentação e do alojamento enquanto os concorrentes estiverem em prova.

Só dois concorrentes com ligações à Covilhã
Da Covilhã a participação é este ano muito reduzida. Apenas Joana Dias, em violino, e Valter Freitas, antigo estudante na EPABI, em violoncelo, estão inscritos, "talvez devido às imensas dificuldades que a EPABI tem sentido", nota Campos Costa.

A par das provas está ainda prevista uma evocação, dia 20, às 21h, do maestro Manuel Ivo Cruz, falecido em Dezembro último, presidente do júri nas anteriores edições do concurso. Durante os cinco dias vai também ser possível passar pela exposição "A História da Música Contada em Selos", no átrio do auditório da FCS. Uma colecção iniciada há mais de quatro décadas por Campos Costa, que foi reunindo selos de todo o mundo, alguns deles raros.

Orçado em 42 mil euros, o concurso é financiado pela tesouraria da delegação da Juventude Musical Portuguesa, que não tem verba para introduzir a viola e o contrabaixo, como já aconteceu em outras edições. Sem apoios monetários assegurados, a organização aguarda uma ajuda do Ministério da Cultura, depois de Gabriela Canavilhas, a ministra, ter elogiado o programa e prometido dar um contributo.



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Cultura

Palavras-Chave
Costa / Concurso / Campos / Covilhã / Concusro / concorrentes / Abril / participantes / Júlio / Cardona

Entidades
Concusro / Júlio Cardona / Campos Costa / Bach / Beethoven

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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