O vereador assumiu publicamente as divergências face ao presidente do município e este retirou-lhe as competências na autarquia. Carlos Pinto considera a permanência de João Esgalhado como vereador "abusiva".
O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto, retirou no último sábado as competências a tempo inteiro ao vereador João Esgalhado, um dia depois deste ter votado contra a proposta de extinção da Sociedade de Reabilitação Urbana.
Em declarações públicas, o edil disse esperar que o vereador abandone o cargo em definitivo, mas Esgalhado, em conferência de imprensa, na última segunda-feira, 26, anunciou a intenção de cumprir o mandato, as obrigações de vereador eleito, sem pelouros e assumiu a "ruptura política e pessoal".
"Não poderia estar disponível para assumir o sacrifício de manter por mais tempo esta fachada de casamento de conveniência com a actual sombra daquilo que já foi uma brilhante equipa autárquica", disse o antigo número dois de Carlos Pinto.
Para o presidente da autarquia João Esgalhado foi "um erro de casting" no executivo, afirmação com que o vereador graceja, por já há quatro mandatos estar na equipa do líder do município.
Num comunicado onde reage à comunicação de Esgalhado, Carlos Pinto pede desculpa aos covilhanenses "por ter proposto este indivíduo para vereador" que "há muito se limitava a andar pela câmara, como mero funcionário".
Para o edil as declarações do seu antigo vice-presidente resultam da "ignorância de quem nunca participou do centro nevrálgico da câmara" e da desilusão por lhe ter recusado apoio a uma candidatura ao município. Um apoio a que se recusou devido à sua "notória impreparação política e falta de estatura para o cargo". Já João Esgalhado assegura ter sido várias vezes incentivado por Carlos Pinto a concorrer à presidência da edilidade.
Esgalhado sinónimo de "inexistência política"
Carlos Pinto afirma não se lembrar, em cinco mandatos, "de tal inexistência política" e justifica a presença de Esgalhado no executivo, ao longo de 15 anos, com "boa-vontade, temperada com enorme esforço".
Já João Esgalhado acusa Pinto de exercer uma "liderança prepotente e despótica"e de hostilizar e marginalizar quem não aceitou o "beija-mão" do presidente e se disponibilizou para uma candidatura autónoma nas próximas autárquicas. "Hoje não existe uma equipa autárquica coesa", aponta o vereador, "vive-se um clima de intriga", acusa.
O ex-vice-presidente considera ainda que a coordenação do município segue os interesses de uma agenda pessoal do presidente e algumas decisões têm motivações "encapotadas", como entende ser o caso da extinção da SRU, com o objectivo de "reafectar as verbas disponíveis para a construção de instalações a ceder à Teleperformance, considerando estar-se a desistir da reabilitação do centro da cidade.
(Artigo completo na edição papel, com cartas de Carlos Pinto e João Esgalhado)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Categoria
Secções
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Actualidade
Palavras-Chave
Esgalhado / Pinto / Carlos / João / vereador / presidente / município / política / Câmara / competências
Entidades
Carlos Pinto / João Esgalhado / Esgalhado / Pinto / Sociedade de Reabilitação Urbana
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