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Coveiros do Interior não terão muito mais tempo, confia Amândio Melo

2012-12-12

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Em entrevista ao NC, autarca de Belmonte faz balanço do mandato. Em 2013 deixa lides políticas.

Sendo este o seu último mandato, qual o balanço que faz deste seu trabalho, de imensos anos, à frente da Câmara?

É, na minha opinião, um saldo bastante positivo pois assentou no desenvolvimento de estratégias importantes para a sustentabilidade transversal do concelho, desde a construção de novos equipamentos empresariais, desportivos, culturais, escolares, redes viárias, sociais e justiça. Creio que tivemos uma intervenção organizada e consequente nas respostas que o Município precisava.

O que não fez e gostaria de ter feito?

Para além da rede de lares que estão a ser construídos e outros que se irão iniciar e que espero possa ainda concluir, a Academia Gimno que está em fase de adjudicação. Parece-me importante a requalificação da ligação à A23, pelas Pereiras, com ligação à VICEB para as quais temos projecto, estando a negociar, actualmente, com a Estradas de Portugal o financiamento pois as negociações têm vindo a ser adiadas devido às alterações frequentes no seu Conselho de Administração.

Sempre defendeu que a estratégia de Belmonte passava pelo turismo. Está satisfeito com os resultados alcançados?

É certo que para mim a estratégia é de uma importância muito grande, o que se vem confirmando todos os dias com o crescimento do número de visitantes, apesar da crise que entretanto se instalou e que nos é adversa. Mas Belmonte tem outras potencialidades que contribuem claramente para a sua sustentabilidade, como é o caso, entre outras, da vitivinicultura, em franca expansão e das confecções, que são ainda um forte pilar do desenvolvimento económico do concelho.

Os museus têm tido sempre mais visitantes. Não teme, que nos próximos anos, isso se possa alterar com a introdução de portagens na A23 e A25?

Estou certo que as portagens vão ter um impacto muito negativo no nosso crescimento, mas tenho esperança que os "coveiros" do Interior não tenham muito mais tempo para fazerem os "funerais" das várias actividades económicas que vão sucumbindo, pois eles não vão continuar lá, no Terreiro do Paço, o tempo suficiente. O povo saberá fazer as melhores escolhas e tudo voltará à normalidade. Ainda temos as fortalezas, castelos e praças abaluartadas que com a coragem que nos caracteriza, nos defenderão, como antes o fizeram, dos inimigos que nos querem "varrer" das nossas terras, terras que amamos. Por isso cá estamos para as continuarmos a defender.

"Ainda temos das melhores fábricas da região"

O turismo criou realmente emprego, em Belmonte?

Claro que sim. A Empresa Municipal tem um quadro de pessoal que antes não existia. E na restauração assistimos a um crescimento muito significativo que necessariamente criou emprego, para além, também, das médias e grandes superfícies comerciais, distinguidas recentemente ao nível do distrito.

Nos seus 12 anos, viu Belmonte deixar de ser uma terra de confecções para ser uma terra de turismo e serviços. Considera que a mudança foi positiva?

Não acho que Belmonte tenha deixado de ser uma terra de confecções pois temos das melhores fábricas da região, algumas distinguidas recentemente e que ocupam cerca de mil pessoas, de forma directa. Belmonte é hoje uma terra de confecções, de turismo e de serviços, pois não é por acaso que na rua Pedro Álvares Cabral temos seis agências bancárias e pelo menos cinco balcões de seguradoras, para além de mediadores sem escritório aberto.

Passou, desde então, a haver mais desempregados no concelho. Como se pode ultrapassar essa tendência?

É certo que o desemprego aumentou mas, ainda que não seja confortável para nós, estamos bastante abaixo da média nacional e da região. Acreditamos que tem uma relação directa com a conjuntura nacional que estamos a viver.

No seu último mandato, apostou na acção social. Belmonte está bem servido nesse aspecto?

Não está, mas vai estar no final do mandato. Temos hoje uma cobertura, ao nível de todas as freguesias, de centros de dia, escolas, com prolongamentos de horários, refeições e AEC´s e vamos ter também uma cobertura completa de lares. As nossas populações merecem-no.

O que falta fazer?

Há sempre coisas para fazer, porque as sociedades não são estáticas nem apáticas e vão sendo cada vez mais exigentes. É preciso mudar o paradigma das competências municipais por forma a que possam ter uma intervenção mais activa em termos empresariais. Isto é, os municípios, especialmente, os de zonas tão desertificadas e abandonadas pela Administração Central como é a nossa, têm que intervir na economia apoiando de forma activa os empresários na sua instalação. E não pode ser só com a venda de terrenos a preços simbólicos. É preciso ir mais longe.

(Entrevista completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Belmonte / Amândio / Melo / pois / terra / mandato / turismo / balanço / confecções / concelho

Entidades
VICEB / Pedro Álvares Cabral / AEC´s / Amândio Melo / NC

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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