Números revelados pela auditoria.
O passivo da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte "passa dos três milhões de euros". Foi isto que revelou, segundo a Provedora da instituição, Anabela Pinto, a auditoria realizada à Santa Casa desde que a nova mesa tomou posse.
Na passada sexta-feira, 23, a Santa Casa reuniu em Assembleia Geral ordinária, onde foi apresentado aos irmãos não só os resultados da auditoria, mas também um projecto para novo compromisso da Irmandande e um projecto de regulamento eleitoral. Que ficou para posterior análise. Daqui a dois meses. Também foi dada conta da situação financeira e actividade da Santa Casa, e votado o plano de actividades e orçamento para 2013, aprovado por unanimidade.
Segundo Anabela Pinto, tendo em conta os resultados da auditoria, a situação financeira da Santa Casa "é grave". Conta que quando a nova direcção chegou "tínhamos uma ideia do passivo. Com a auditoria percebemos que o passivo é maior. Não há contas que batam certas, há discrepâncias na contabilidade. Ainda não fizemos um estudo exaustivo do relatório da auditoria, mas passa dos 3 milhões" assume.
Quanto ao orçamento para 2013, ronda o milhão e 740 mil euros de despesa e uma receita a cifrar-se no milhão e 756 mil euros. Um plano "rigoroso, mas contido, baseado nos dados que tínhamos quando entrámos, a mais de meio do ano. Foi o mais comedido possível. E não cobre o passivo que temos" afirma Anabela Pinto.
Para já, os irmãos ficaram a saber que apesar do lar da terceira idade dar lucro, a creche e apoio domiciliário não dão. Daí que se estudem formas de contornar a questão. "Temos apenas três vagas para utentes no lar. Temos tido muitos pedidos e houve um acréscimo de 10 a 12 utentes no internamento. Para a creche também temos pedidos todas as semanas. É sinal que a instituição é necessária" afirma Anabela Pinto. A provedora, no que toca à creche, diz que a aplicação dos preços impostos pela Segurança Social poderia reduzir o prejuízo, mas tendo em conta a situação difícil das famílias, diz ser difícil aumentar os preços, pelo que irá reunir com outras instituições do mesmo âmbito de modo a concertar estratégias. Já no que toca ao lar, apesar do aumento de pedidos, "não temos hipótese de o aumentar". Há duas alas novas à espera de licenciamento e com isso, Anabela Pinto espera passar a ter protocolados não 100, como actualmente, mas sim 130 idosos, o que permitirá receber mais apoios.
(Peça completa na edição papel)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Santa / Casa / Anabela / Pinto / auditoria / Belmonte / Misericórdia / Passivo / conta / milhões
Entidades
Anabela Pinto / Segurança Social / Provedora / Santa Casa da Misericórdia de Belmonte / Santa Casa
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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