Estabilizar as contas é a grande prioridade em 2011.
Estabilizar as contas. É este o grande objectivo dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte para 2011. O Plano e Orçamento foi aprovado pelos irmãos na última assembleia, realizada no passado dia 22, e contempla um investimento quase nulo.
"Não há qualquer investimento. O importante é equilibrar as contas e continuar a levar a bom porto este grande barco que é a Santa Casa. Teremos que rentabilizar melhor as coisas" afirma o Provedor, João Gaspar. O orçamento é de um milhão e 100 mil euros.
O Provedor volta a recordar que há cerca de um ano que o plano de reestruturação da instituição arrancou, que desde aí houve corte em vários sectores com o encerramento de serviços "que não eram rentáveis", dando exemplo da padaria de onde, diz, ainda aguarda verbas do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). "Despediram-se, de 132 funcionários, 32 que estavam a mais. Até Dezembro iremos passar dos actuais 93 para 91" assegura. No futuro mais imediato a Misericórdia quer negociar com a banca e fornecedores de modo a estabilizar a instituição financeiramente, até porque, diz, mesmo tendo em conta a recente auditoria independente realizada na Santa Casa acredita que esta não está em falência técnica. "Os bens da Misericórdia valem muito mais que a dívida" afirma, dando o exemplo do auditório, que diz estar avaliado em mais de um milhão de euros.
Em relação à troca de palavras com o presidente da Câmara, Amândio Melo, que pediu a queda dos órgãos sociais da instituição, alegando a sua má gestão para a situação em que se encontra a Misericórdia, João Gaspar diz estranhar que o autarca, "que também é irmão" não queira "a paz e queira a queda de uma direcção eleita há menos de um ano". O Provedor gostava "que a Câmara nos continuasse a ajudar, pelo menos pagando os subsídios que pagava até então" sublinhando que a Santa Casa e a autarquia acordaram a realização da auditoria e estando esta feita "pode continuar a dar subsídios que suspendeu".
Na passada semana o Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores mostrou a sua preocupação com as recentes notícias sobre a Misericórdia belmontense, que "confirmam o cenário que este sindicato temos e que tem vindo a denunciar" pode ler-se em comunicado. Esta entidade diz não estar tranquila e que quem originou esta situação grave certamente "não está em condições de a resolver". A redução de pessoal também é criticada e é pedido o afastamento dos órgãos sociais da instituição, que "já deram provas da sua incapacidade". O Sindicato pede que sejam "investigados" e que o Bispo da Guarda deverá retirar conclusões e "forçar uma solução que reponha confiança e credibilidade". Um comunicado que João Gaspar não comenta. "Justificações dou aos irmãos" afirma.
Na reunião magna de irmãos estes deram ainda parecer favorável ao Provedor para que possa vender mais três imóveis situados no concelho, na freguesia de Maçaínhas e Belmonte.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Casa / Santa / Misericórdia / Provedor / Estabilizar / João / Gaspar / instituição / investimento / contas
Entidades
João Gaspar / Amândio Melo / Provedor / IEFP / Câmara
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