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UBI afixa lista dos devedores

2012-08-22

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Associação Académica critica medida.

O nome de mais de 800 alunos da Universidade da Beira Interior que ainda não saldaram o valor das propinas foi afixado à entrada dos Serviços Académicos da instituição, com o aviso de que estão em incumprimento e na situação de suspensão de matrícula e inscrição.
Para a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) o procedimento é "ofensivo" e pede que a listagem dos 522 estudantes de licenciatura, 195 de mestrado e 99 de doutoramento com as propinas por pagar seja "de imediato retirada". A estrutura estudantil acrescenta que embora o prazo para regularizar as prestações das propinas costume terminar no final de Junho, este ano foi alargado até 7 de Setembro.
João Queiroz diz que o rol de 816 alunos vai continuar afixado e acrescenta ser habitual esse procedimento pelo menos desde há 15 anos. Segundo o reitor da UBI, em declarações à Lusa, trata-se de uma forma de complementar a notificação por carta registada, até porque muitas delas acabam por ser devolvidas.
Pedro Bernardo, presidente da AAUBI, diz-se surpreendido pela atitude. "A universidade está empenhada em ajudar os alunos e tem tido uma postura muito correcta, por isso foi com espanto que nos surgiu esta situação".
O dirigente estudantil soube do envio, aos alunos com as propinas em dívida, de cartas registadas a pedir que o valor fosse saldado, mas diz não ter conhecimento de que os alunos tenham sido previamente avisados da afixação da lista. "Não quero acreditar que a universidade tenha tido a intenção de humilhar, mas que é ofensivo, é", considera Pedro Bernardo, em declarações ao NC. O presidente da Associação Académica tentou obter explicações, sem sucesso, por se estar em período de férias. Assim que possível espera conseguir falar com a reitoria, para "perceber e analisar as razões que levaram a universidade a tomar esta decisão".

"Atitude de mercearia"

Para o representante dos estudantes, a medida é comparável a uma "atitude de mercearia, que em nada se adequa com a excelência e o respeito que a UBI tem vindo a habituar toda a comunidade". Em comunicado, a AAUBI, considera tratar-se de uma "medida sem resultados práticos, uma vez que ninguém melhor que os estudantes sabem da sua obrigação em pagar as propinas". A associação estudantil acrescenta as dificuldades socioeconómicas que o país vive e faz referência aos cortes no subsídio de férias a que muitas famílias foram sujeitas.
Com o prazo para o pagamento alargado até 7 de Setembro, Pedro Bernardo frisa que há estudantes a aproveitar as férias para trabalhar e ajudar os pais a pagar os estudos, pelo que é previsível que alguns alunos estejam a contar com o dinheiro conseguido nos trabalhos de Verão para pagarem as propinas em atraso.
A lista de 816 nomes, assinada pelo director dos Serviços Académicos, Carlos Melo Gonçalves, data de 5 de Julho, mas só em Agosto a Associação Académica soube que estava colada à porta do local onde as propinas são pagas.
Sem querer quantificar, "porque basta haver um caso para considerarmos muito", Pedro Bernardo informa que ao longo do ano têm recebido pedidos de ajuda e, "sempre em articulação com a universidade", têm sido encontradas soluções, por exemplo através de apoios à alimentação. O dirigente estudantil elogia também a possibilidade dada pela instituição no último ano lectivo de permitir o pagamento das propinas em dez pagamentos faseados, em vez da entrega do valor total no início do ano ou em quatro prestações, as duas outras modalidades.



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
propinas / Universidade / Associação / Académica / Beira / Interior / alunos / Bernardo / Pedro / AAUBI

Entidades
João Queiroz / Pedro Bernardo / Carlos Melo Gonçalves / Associação Académica / Serviços Académicos

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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