Pais do Refúgio descontentes

2011-10-06

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A Associação de Pais da Escola do Refúgio quer que a Câmara comparticipe as despesas do ATL onde, até à última semana, eram servidas as refeições aos alunos.

Um grupo de cerca de duas dezenas de pais de alunos da Escola Primária do Refúgio manifestaram-se na última terça-feira, 4, em frente à Câmara Municipal. Em causa está a decisão da autarquia de servir as refeições aos cerca de 70 alunos da escola nas instalações do Grupo Recreativo Refugiense.
Os almoços às crianças eram servidos, até agora, no espaço do ATL do Refúgio, que há cerca de um ano está a cargo da Associação de Pais da Escola, depois de o Centro Social e Paroquial, que geria o espaço, ter cessado funções. A braços com falta de dinheiro, a Associação de Pais solicitou à autarquia – que assegura as refeições – apoio financeiro para poder continuar a utilizar o espaço. A resposta da Câmara foi passar a servir as refeições no salão do GD Refugiense, o que deixou pais e educadores indignados por "não terem sido ouvidos e por a colectividade não ter o mínimo de condições", diz Maria Fernanda, uma das auxiliares do ATL.
"Este ano saíram cerca de 20 crianças e a Associação de Pais perdeu quotização e não tem forma de fazer face às despesas", explica João Monteiro. O presidente da Associação de Pais revela ainda que "já há rendas em atraso e os próprios ordenados das três funcionárias estão em causa". Por isso, os pais pretendem que a autarquia comparticipe uma parte das despesas através da atribuição de um subsídio de 20 euros por criança, para que as refeições possam continuar a ser servidas no espaço do ATL.
"Nem vinte euros nem metade disso", diz Paulo Rosa. O vereador da Câmara da Covilhã esteve reunido com a Direcção da Associação de Pais toda a manhã de terça-feira e adiantou que a autarquia não tem possibilidades de fazer esse esforço.
Segundo o responsável autárquico, "a Câmara está a providenciar o serviço de refeições a 100 por cento em todas as escolas do concelho, que é mais do que faz a maioria das autarquias, mas não tem qualquer responsabilidade com o ATL". Paulo Rosa vai estar presente na reunião de pais agendada para hoje, quinta-feira, 6, às 21 horas, nas instalações do ATL, "para explicar a posição da autarquia e encontrar soluções através do diálogo". Mas deixa desde já o aviso que, "caso não seja encontrada uma solução dentro da disponibilidade da autarquia, as refeições deverão continuar a ser servidas na sede do clube refugiense". "Não são as condições óptimas", refere o autarca, "mas são suficientes até se encontrar uma solução melhor". De resto, explica, "a sede do Grupo sempre foi a solução original para servir as refeições, mas como os pais disponibilizaram o espaço do ATL, que tem reconhecidamente melhores condições, a autarquia acedeu, porque isso não significava um acréscimo de custos".