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Vamos lá falar de cultura

2012-12-12

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A reposição do antigo pelourinho deveria ser sim no espaço mais nobre da cidade, o pelourinho, como sempre se chamou e continua a chamar.

Tomámos conhecimento público que o município vai finalmente reconstruir o antigo pelourinho da Covilhã. Uma iniciativa deveras válida, de enorme significado, que ao longo dos tempos me interrogou a sua tão tardia concretização deste.
Permito-me no entanto discordar do local escolhido para o efeito, não que o mesmo seja destituído de significado ou importância, mas sobretudo por ser secundário relativamente à importância de que este acto se reveste. Até pelo seu soberano significado!
Quem percorrer esta nossa beira rica em pelourinhos solenemente evocados por Graça Moura, facilmente constatará que os mesmos foram originalmente erigidos junto dos centros de decisão concelhia. E lá estão perenes e soberanos a evocar o tempo "dos homens bons" como governantes, sinónimo de alguma afronta para com os grupos sociais privilegiados, esse que foi o grande objectivo da criação dos concelhos.
A sua "reposição" deveria ser sim no espaço mais nobre da cidade, o pelourinho, como sempre se chamou e continua a chamar, já que são muitos poucos os que a tratam por praça do município.
Essa praça que tão vilipendiada foi em termos de arranjos ditos arquitectónicos, que de arquitectura nada tiveram, descaracterizando-a ao longo de gerações, mas nunca perdendo o nome de pelourinho. Era aí que deveria ser implementado.
Enfim, creio que estas decisões, que não deixam de ter o seu fundo de importância, como já referi, não querendo que alguém fique engulhado por isso, pecam em meu entender por decisões tomadas muitas vezes unilateralmente sem consultar aqueles que na praça pública também deveriam ter opinião na matéria!
A talho de foice, e como covilhanense que ama a sua cidade tanto como qualquer nobre edil ou cidadão, magoam-me atitudes como esta que aliás surgem na sequência de outras que em tudo têm contribuído para o apagar da nossa memória.
Não percebo qual foi a pressa que houve em retirar do agora denominado "teatro municipal" a sua denominação de origem de "teatro cine"! Lá estão os vestígios bem visíveis. Assim como não compreendi qual foi a pressa que houve em demolir no "campo de aviação" o único edifício ali existente, que poderia perfeitamente coexistir com o investimento em curso, e nele se contar uma história única, que até foi pioneira nesta cidade.
Num tempo em que a cultura anda cada vez mais, para não dizer totalmente afastada do nosso público escolar, intrigam-me e sobretudo preocupa-me esta ausência de visão futura e até de investimento numa área, onde está provado, que nos países em que o tema é levado a sério, a retroversão em termos de crescimento económico que esses investimentos têm causado.



Autor
António Pinto Pires

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
antigo / pelourinho / Covilhã / Tomámos / cidade / significado / deveria / nobre / importância / praça

Entidades
Graça Moura / pelourinho / Tomámos / Covilhã

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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