Dê voz a essa gente e verá o resultado.
Numa atitude louvável e digna de mérito, o município da Covilhã decidiu empossar o Conselho Municipal da Juventude da Covilhã, que reuniu pela primeira vez no passado dia 29 de janeiro, no Auditório Municipal, propondo deste modo a criação de uma estrutura capaz de permitir a participação dos jovens na definição das políticas municipais. Neste contexto, o Conselho Municipal da Juventude será o órgão consultivo de ajuda à realização das aspirações dos jovens do concelho, onde estes poderão debater e partilhar opiniões.
Se não deixarmos que uma estrutura deste género descambe para mais uma "qualquer jotinha", tudo bem; numa sociedade tão esvaziada de valores e sem objetivos, que não a futilidade "madre de todalas as cousas", como diria o cronista medievo, estaremos no caminho certo.
Sobre o tema tive oportunidade de apresentar em devido tempo a Vítor Pereira, como sempre fiz com todos os autarcas que ao longo da minha geração passaram pelo cadeirão do poder municipal, algumas ideias passíveis de concretização em projetos sempre raiando a valorização e a auto-estima dos nossos jovens. E como progenitor e qual avô babado, sei o que pequenas migalhas poderão traduzir-se em grandes atos para os nossos jovens.
Veio-me à memória o extinto e quase efémero Conselho Municipal e da importância que o mesmo poderia ter desempenhado neste campo da tão malfadada cultura no nosso historial de democracia. Apesar de apoucado valeu a pena.
Uma forma de o retomar seria a criação de um "conselho cultural", como já por diversas vezes se ensaiou e que até deu resultados na sugestão, programação e concretização de eventos que a ser encarados de outro modo, os resultados teriam sido outros, recorde-se as comemorações dos 140 anos da elevação a cidade da Covilhã, onde o que parecia tanto, produziu tão pouco. Águas passadas. Porque alguns de nós tinham bem presente a importância de que se revestiram as comemorações dos 100 anos da mesma.
Também para afirmar neste espaço que singelamente me é cedido para expressar anseios e ideais, constitui um meio excelente de os revelar enquanto tecelão de ideais, como sempre gostei de transmitir aos meus alunos, e sei que plantei árvores. Fico orgulhoso da sua envergadura quando nos encontramos por aí, pois é esse o lado lindo daquilo a que chamamos vida.
Apresento deste modo mais uma sugestão ao nosso máximo edil, que crie o "Conselho de Ansiãos da Covilhã". Pelo orgulho que sinto nos meus conterrâneos e não só, que tanto têm emprestado e dado de livre vontade em muito do que se tem urdido ao longo dos tempos; aqueles a quem já lhes raia a calvície e branquidão dos cabelos, símbolos de muita dedicação e amor. O nosso edil da cultura, conhece-os a todos e pelos nomes. Mais que eu!
Sr. Presidente, não se coíba e dê voz a essa gente e verá o resultado. E olhe que não precisamos de fármacos. Já nos bastam os que temos de ingerir por mor da idade. E não se arrependerá.
Autor
Pinto Pires
Categoria
Opinião
Palavras-Chave
Municipal / Juventude / Covilhã / jovens / Auditório / estrutura / modo / mérito / janeiro / propondo
Entidades
Vítor Pereira / Veio-me / Sr. Presidente / Conselho Municipal da Juventude da Covilhã / Conselho Municipal da Juventude
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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