Negado que fiquem junto aos vivos, à noite, no hospital.
O hospital da Guarda assegurou na passada segunda-feira, 8, que dispõe de instalações específicas para guardar corpos de pessoas falecidas durante a noite, rejeitando que fiquem em espaços onde se encontram doentes internados. O caso foi noticiado nesse dia pelo Jornal de Notícias, que referia que "Os vivos dormem com os mortos no hospital da Guarda", alegadamente por a unidade de saúde pretender "poupar dinheiro" com os motoristas.
A direção da Unidade Local de Saúde (ULS), presidida por Ana Manso, reagiu dizendo que o Hospital Sousa Martins (HSM) "é uma unidade hospitalar humanizada, que dispõe, para além da morgue, de espaços próprios para guarda dos corpos, com dignidade e reserva, que cumprem todos os requisitos de higiene e segurança". Adianta que a guarda de pessoas falecidas durante a noite é feita "em espaços próprios no interior do hospital, procedendo-se à sua trasladação para a morgue no início da manhã seguinte".
Segundo aquele diário "quem morrer no hospital da Guarda a partir das 20 horas fica na enfermaria até de manhã. Com os vivos. Os motoristas que levavam os cadáveres à morgue deixaram de receber horas extras".
A diretora clínica da ULS da Guarda, Fátima Cabral, explicou em conferência de imprensa que o serviço procura "sempre que haja um espaço digno para que os cadáveres fiquem em reserva [até serem transferidos para a morgue]" e nunca sentiu "que houvesse falta de dignidade nas pessoas que morrem no hospital" durante a noite. A responsável explica que a morgue do HSM funciona fora do edifício hospitalar e reafirma que quando os óbitos ocorrem no período noturno ficam no hospital em "espaços próprios reservados para isso".
Em média, por semana, "não morre mais do que uma a duas pessoas por noite" naquele hospital, "o que faz com que não haja qualquer problema" com a prática em vigor, observa.
Fátima Cabral disse que a situação actual deixa de existir quando o novo bloco hospitalar - que actualmente está com as obras paradas - estiver em funcionamento. O edifício "tem morgue com espaço independente, onde não circulam pessoas" e proporcionará "condições ideais para não mais se levantar este problema", observa a responsável.
A ULS também assinala que em qualquer hospital a morgue tem um horário específico de funcionamento "para além do qual não se pode proceder ao levantamento dos corpos", sendo que a da Guarda funciona das 8 às 20 horas. Qualquer falecimento que ocorra fora deste período determina que o levantamento do corpo, pelos familiares, só possa ocorrer no dia seguinte, conclui.
Autor
NC
Palavras-Chave
Hospital / Guarda / morgue / Negado / pessoas / espaços / unidade / vivos / ULS / durante
Entidades
Ana Manso / Fátima Cabral / Unidade Local de Saúde / HSM / Guarda
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