Maior área de produção do país nasce em Idanha-a-Nova.
A maior área de produção de mirtilo em Portugal, com um total de 60 hectares, está a nascer na Incubadora de Base Rural em Idanha-a-Nova.
Três meses depois de uma cerimónia inicial simbólica com a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, em Castelo Novo, a maioria dos 20 jovens agricultores que nela participaram está a preparar as terras para plantação do pequeno fruto. Ao todo são 21 produtores de mirtilo que fazem parte de um total de 34 jovens agricultores que, juntamente com uma empresa, alugaram terras à Câmara de Idanha-a-Nova na Incubadora de Base Rural do concelho.
A velha aspiração do município foi concretizada em 2011: a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro alugou à autarquia a Herdade do Couto da Várzea, onde o Estado já teve campos de testes e formação, entretanto abandonados. Hoje são 312 hectares, na maioria servidos por regadio, alugados ao preço médio de 136 euros anuais por hectare, abaixo do praticado na região, e onde haverá de tudo um pouco: produção de produtos hortícolas, olival, engorda de novilhos em prado e mirtilo, entre outros produtos.
Parte dos jovens já arrancou este ano os primeiros produtos da terra, como é o caso de Carla Torrado, produtora de melancia, meloa, tremoço e grão, entre outros, ao longo de 22 hectares. Nuno Rocha, que faz engorda de animais e já colheu alguns hortícolas, acredita que "o setor primário é uma boa aposta, desde que haja uma estratégia definida". Já José Seixas viu na iniciativa da Câmara de Idanha uma oportunidade a agarrar depois de ter caído no desemprego: "A semente está lançada, agora é avançar e a comercialização é próximo desafio", refere o futuro produtor de uva de mesa.
No entanto, é o mirtilo que vai dominar a paisagem. Nelson Antunes, produtor do pequeno fruto desde há oito anos, presta consultoria na área e congregou as intenções de investimento de interessados de várias zonas do país, sobretudo do Norte. O produtor refere que Idanha passará a ter "a maior área contínua de produção de mirtilo de Portugal" e acredita que é essa união, aliada a um conjunto de clientes europeus já em carteira, que tornam o projeto do concelho promissor.
No Couto da Várzea há pessoas de todas as profissões que veem no fruto um bom investimento e, além da atribuição de terrenos, "têm aprovados apoios [a fundo perdido] do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER)", na qualidade de jovens agricultores, refere. No total, o investimento nos 60 hectares de campos de mirtilo ascende a dois milhões de euros, acrescenta.
Agora, os 21 produtores de mirtilo esperam pelas primeiras chuvas para poderem amanhar as terras e corrigir alguns parâmetros do solo para fazer as plantações no inverno.
No primeiro ano "arranca-se logo a flor, para fortalecer a planta, e no segundo ano já se poderá colher qualquer coisa", explica Nelson Antunes. Ou seja, em 2014 o mirtilo da zona começará a ser exportado e a ter um impacto real positivo em Idanha-a-Nova e no país, realça Álvaro Rocha, presidente do município. O autarca vê no aluguer de terras abandonadas pelo Estado a jovens agricultores "um projeto de grande alcance e que pode ser replicado em todo o país", atraindo "jovens com maior capacidade de risco e inovadores". Segundo o responsável, na Herdade do Couto da Várzea ainda há, pelo menos, 100 hectares de terras por alugar e já houve conversas com a administração central para serem disponibilizadas outras terras da região para os mesmos fins.
Autor
NC
Categoria
Local
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Castelo Branco
Palavras-Chave
Mirtilo / jovens / terras / Rural / hectares / Incubadora / Base / produção / agricultores / Idanha
Entidades
Assunção Cristas / Carla Torrado / Nuno Rocha / José Seixas / Nelson Antunes
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