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O voto da esperança, não do protesto

2013-10-02

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Não se perde ou se ganha uma autarquia em função da cor do Governo Olhando para o novo mapa autárquico destaca-se a cor rosa, reflexo do histórico número de câmaras conquistadas pelo Partido Socialista. Dizem os analistas que foi o voto de protesto contra o Governo PSD e as suas medidas anti-populares. Não concordo. Primeiro isso seria um atestado de estupidez à população, pois não saberia distinguir a importância de uma eleição local - que mexe com a sua rua, com a escola do seu filho, com o futuro da sua colectividade… Em segundo lugar, seria retirar o mérito ao Partido Socialista que soube preparar as autárquicas com tempo, preparar os candidatos e as vitórias. A situação do país e a actuação do Governo da Nação tem influência no estado de espirito das pessoas, mas não é determinante. Se o actual Governo fosse Socialista, alguém acredita que o Paulo Moradias conquistaria a Câmara de Castelo Branco, ou Joaquim Matias a Câmara da Covilhã, ou Jorge Amaro a Câmara de Belmonte? Tenho a certeza que não. As eleições locais ganham-se localmente. No distrito de Castelo Branco a vitória generalizada do Partido Socialista tem a ver com a preparação cuidada e em tempo útil da lista de candidatos por parte da comissão política distrital. Em contraponto, o PSD teve uma actuação desastrosa. Numa eleição especial - pois marcava um fim de ciclo de muitos autarcas -, mostrou incapacidade de atrair candidatos fortes e foi incapaz de gerir conflitos dentro das concelhias. O exemplo flagrante foi o da Covilhã. Perante o desnorte dos dirigentes locais, deixou dividir o eleitorado entre Farromba e Matias, quando uma posição de força e de coragem por parte da distrital laranja poderia ter invertido os acontecimentos. Ou mesmo em Belmonte, o PSD não soube gerir o processo e acabou a apoiar um independente a quem tinha retirado confiança política enquanto vereador e que já tinha o apoio do Bloco de Esquerda. Incrível. Em contraponto, o PSD ganha a Câmara do Fundão onde localmente a sucessão a Manuel Freches foi preparada com tempo e inteligência. Resumindo, o voto local depende da visão política e do trabalho das pessoas que estão no terreno, das escolhas que fazem, da inteligência com que resolvem os conflitos e os jogos de interesses, dos candidatos que apresentam. Perdem ou ganham em função do que trabalham que apresentam. Não se perde ou se ganha uma autarquia em função da cor do Governo. As pessoas não votam por protesto, votam por esperança em quem acreditam.



Autor
João Morgado

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
Governo / Socialista / Câmara / Olhando / Partido / PSD / voto / protesto / candidatos / Castelo

Entidades
Paulo Moradias / Joaquim Matias / Manuel Freches / Partido Socialista / Governo PSD

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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