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Amândio preferia sair perdendo eleições

2013-10-16

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Após 14 anos como autarca, deixa a Câmara, mas diz que não é um adeus à política.

"Já viu a minha secretária? Está um pouco diferente, não está?". É com esta pergunta, com resposta positiva óbvia, que o presidente cessante na Câmara de Belmonte, Amândio Melo, nos recebe a poucos dias de deixar o lugar vago para o seu sucessor, António Dias Rocha. No seu gabinete, permanece, nas paredes, tudo intacto, mas a secretária deixou de ter amontoados de papéis, post-its, jornais e outros documentos que por ali estavam sempre à mão.
Faltam poucos dias (a tomada de posse de Dias Rocha é no próximo domingo, 20) para Melo se despedir da autarquia, onde, diz, esteve 30 anos. Alguns como vereador, em permanência ou não, como vice-presidente, e destes, 14 como presidente de Câmara. "É uma vida. Passava aqui mais tempo que em casa. Confesso que já sinto saudades e ainda não fui embora" confidencia ao NC.
O gabinete "está praticamente arrumado." Os assuntos pendentes "não eram muitos" diz Amândio Melo, que se desfez de algumas cópias que tinha para consultas directas. Agora, é tempo de passar a pasta a Dias Rocha, " o que farei com todo o gosto" e deixar tudo pronto para que o novo executivo possa iniciar as suas funções "de forma tranquila."
A poucos dias de uma mudança, Melo explica que, um autarca, agora, pouco mais faz que gestão corrente. "Deixamos de ter competências quase para tudo. Atendemos alguém que precise de algum esclarecimento, mas tudo o que fazemos é limitado. Já não se tomam decisões. Já não se despacham obras particulares. Mas deixamos tudo pronto para que o novo executivo tenha toda a informação disponível" explica. Apesar de tudo, desde as eleições, assegura que foi fazendo tudo quase da mesma maneira que o fazia anteriormente. "Costumava, todos os anos, visitar as escolas do primeiro ciclo e já o fiz. Continuo a incomodar os serviços da mesma maneira, com a necessidade de se fazer isto ou aquilo. Continuo a cumprir os meus horários da mesma maneira e a ir para casa tarde. Já não há é tantas reuniões institucionais. Já não peço audiências, pois também já ninguém me recebia."
"Aceitava melhor sair após perder umas eleições"
Amândio Melo, um dos autarcas mais antigos da região, diz que tinha "plena consciência" de fim "pré-anunciado". "Sabia que isto ia acontecer, mas não deixa de ser, de alguma forma, complicado. Foram muitos anos de actividade intensa, dedicada a esta causa pública, que abracei há muitos anos atrás. Sempre com a intenção de prestar um serviço público às pessoas, servi-las dentro daquilo que eram as minhas competências. Fi-lo sempre de uma forma muito empenhada. E por isso há sempre uma certa nostalgia e alguma pena de terminar este ciclo." O ainda autarca belmontense, 61 anos, diz que custa muito ser excluído por um decreto-lei, dos "direitos de cidadania. É algo que custa muito a aceitar. Aceitava mais facilmente uma saída por concorrer a umas eleições e perder, do que ser obrigado a sair assim. Ganhar e perder faz parte da vida dos políticos. Não se pode ter sempre a pretensão de ganhar."

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Local Belmonte

Palavras-Chave
Melo / Câmara / Amândio / Rocha / eleições / mesma / política / autarca / maneira / preferia

Entidades
António Dias Rocha / Confesso / Amândio Melo / Dias Rocha / Aceitava

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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