Melo quer saber quantos já foram parar ao hospital devido à àgua

2013-03-27

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Autarca de Belmonte pede registos de internamento aos hospitais.

A Câmara Municipal de Belmonte mandou ofícios, no final da passada semana, aos hospitais da Covilhã e Guarda, no sentido de saber se estas duas unidades hospitalares já registaram, alguma vez, algum internamento devido à qualidade da água que corre nas torneiras do concelho, fornecida pela Águas do Zêzere e Côa (AdZC). Uma resposta a declarações proferidas há duas semanas atrás, em Orjais, pelo autarca covilhanense, Carlos Pinto.
Na altura, confrontado pela população daquela aldeia sobre as diferenças de preços da água em Belmonte e na Covilhã, Carlos Pinto respondeu que "a água da Covilhã tem qualidade e sabemos que não leva as pessoas ao hospital". O autarca adiantou mesmo que bebia água "em qualquer casa deste concelho sem medo" e desafiou os munícipes de Orjais a perguntarem a Belmonte "se paga a água à Águas do Zêzere e Côa".
Declarações que o autarca belmontense, Amândio Melo, considera "graves", lamentando as "suspeições que são levantadas".
Ao NC, o presidente da Câmara de Belmonte assegura que a autarquia "tem as suas contas com a AdZC em dia." Melo explica que tem um saldo vencido que a 31de Janeiro deste ano "era de 199 805 euros, resultante de diferenças não reconhecidas na facturação e que estão a ser julgadas em Tribunal referentes a rectroactivos no aumento de tarifas e incumprimento pela AdZC, na nossa opinião, do acordo efectuado com os municípios clientes/accionistas."
Amândio Melo diz que nunca a autarquia teve conhecimento que "algum munícipe do concelho de Belmonte tenha recorrido aos hospitais devido à falta de qualidade da água" e adianta mesmo que, segundo o Conselho de Administração da AdZC , entidade que fornece a água, "nos outros municípios também não. E são muitos" realça.
Agastado, o autarca belmontense diz que Carlos Pinto "já nos habituou a este tipo de discursos e intervenções, pelo que nem respeito, nem desrespeito. Já não me dizem nada." O autarca assegura que os preços, em Belmonte, são mais baixos porque o executivo municipal tem uma "política de apoio social, neste caso subsidiando o custo no consumidor da água, porque entende que o apoio aos orçamentos familiares dos nossos habitantes é muito importante, pois permite-lhes usar o seu dinheiro para qualificarem o seu modo de vida, uma vez que o consumo de água é uma despesa obrigatória, já que as pessoas não podem passar sem ela."

(Peça completa na edição papel)