Mercearia fechou no início do ano motivada pelas novas exigências das Finanças.
A loja do senhor Jerónimo fechou. A mercearia, que existia desde 1979 (há 33 anos) foi uma das muitas vítimas que, na região, não resistiu às novas regras da facturação que entraram em vigor no início de Janeiro.
"Deixa-me muita mágoa. Estive 24 anos numa casa, agora 33 aqui, era uma actividade que me mantinha vivo, para não andar por aí parado nos bancos do jardim. Agora, aproveitar para dar umas voltinhas. O que é que vamos fazer depois de velhos" pergunta Jerónimo Serrão, 75 anos.
A decisão de fechar foi tomada no início do ano. "Se não fossem as novas regras da facturação, até era capaz de manter, mas com dificuldade" explica o merceeiro, que classifica a nova lei de "muito má". "A questão das novas máquinas, dos computadores, dos programas, obriga a uma grande despesa. Só a nova registadora custaria mais de mil e 500 euros. A clientela, aqui, no Centro Histórico, é cada vez menos, há falta de poder de compra e quem tem recorre às grandes superfícies. Esta é uma zona desertificada. Não mora cá ninguém" explica Jerónimo Serrão. O empresário diz que no Centro Histórico todos os dias desaparecem pessoas. "Uns morrem, outros vão morar para outro lado. A habitação está degradada. Quantas casas recuperadas existem" pergunta.
(Reportagem completa na edição impressa).
Autor
João Alves
Palavras-Chave
fechou / Finanças / Regras / início / facturação / Mercearia / Jerónimo / vítimas / Serrão / Centro
Entidades
Mercearia / Jerónimo / Jerónimo Serrão / Finanças / Janeiro
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